Infraestrutura

Obras do PAC, “Rotas da Integração Sul-Americana” poderão operar em 2028

Prazo foi dado pela ministra do Planejamento durante audiência pública no Senado. Beto Faro destaca a importância do projeto para a integração da Região Norte

Alessandro Dantas

Obras do PAC, “Rotas da Integração Sul-Americana” poderão operar em 2028

Ministra Simone Tebet durante audiência pública no Senado

A ministra do Planejamento do governo Lula, Simone Tebet, disse nesta terça-feira (2/7) que as cinco Rotas da Integração Sul-Americana previstas do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) podem entrar em funcionamento até 2028. Um dos objetivos das obras é escoar a produção brasileira por meio de portos no Oceano Pacífico.  

“Nós temos condições de interligar o [Oceano] Pacífico, pelo menos uma perninha, até o final de 2026. Até 2028, com certeza esses projetos todos estarão muito bem estruturados. Colocando isso em prática, vamos ter um cenário absolutamente diferente. Ninguém vai conseguir competir com o Brasil no mundo, no que se refere à nossa fronteira agrícola”, disse a ministra durante audiência pública das Comissões de Infraestrutura (CI) e de Desenvolvimento Regional (CDR) do Senado. 

As cinco Rotas da Integração Sul-Americana afetam os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com países da região. Elas envolvem um total de 190 projetos, como rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, além de infovias e linhas de transmissão de energia. 

Mapa das rotas, apresentado pelo Ministério do Planejamento

Durante a audiência pública, a ministra apresentou as potencialidades de cada uma das rotas: 

   – Rota 1 — Ilha das Guianas: exportação de alimentos e bens de consumo final para a Venezuela e a Guiana, além da Ásia e do Mercado Comum e Comunidade do Caribe; 

   – Rota 2 — Amazônica: exportação de produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central; 

   – Rota 3 — Quadrante Rondon: exportação de alimentos, máquinas, equipamentos e bens de consumo final para a Peru, Bolívia e Chile, além do mercado asiático; 

   – Rota 4 — Bioceânica de Capricórnio: exportação de alimentos, máquinas e equipamentos e bens de consumo final para Paraguai, Argentina e Chile, além do mercado asiático; e 

   – Rota 5 — Porto Alegre–Coquimbo: exportação e importação de insumos, alimentos, máquinas e equipamentos e bens de consumo final para Argentina, Uruguai e Chile, além do mercado asiático. 

Para Simone Tebet, as Rotas da Integração Sul-Americana podem abrir novas portas para as exportações brasileiras. 

“Há 30 anos, os principais destinos das nossas exportações eram basicamente Estados Unidos, alguma coisa da Europa, do Japão e da Argentina. Hoje, mais de 80% da nossa exportação é para o mercado asiático. As cinco rotas reduzem distância e tempo e aumentam a competitividade dos nossos produtos”, afirmou. 

Para o líder do PT no Senado, obra é fundamental para ampliar interligação da Região Norte. Foto: Alessandro Dantas

Após a exposição da ministra, o senador Beto Faro (PT-PA) elogiou a condução do Novo PAC não só nos projetos de logística e infraestrutura, mas também em setores como saúde e educação. Para o líder do PT no Senado, o êxito do programa tem relação com a “participação ativa” do Ministério do Planejamento no processo de escuta da sociedade durante a visita aos estados que antecederam a apresentação do Plano Plurianual (PPA), que fizeram com que o PPA “se aproximasse dos anseios e das necessidades da população brasileira”.  

“Essas obras, essas ações aproximam o país, encurtam distâncias e levarão o desenvolvimento para a Região Norte. Vejo a preocupação do governo Lula com essa região e o conjunto de ações que passam por essa região com o intuito de interligá-la”, destacou o líder do PT no Senado. 

Segundo a ministra, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve abrir US$ 10 bilhões em linhas de financiamento para viabilizar as Rotas da Integração Sul-Americana. Do total, US$ 3 bilhões são destinados a estados e municípios brasileiros. Os US$ 7 bilhões restantes vão financiar obras nos demais países do continente.  

“A logística é um meio para se alcançar o fim. A finalidade não é a ponte que vamos construir, a estrada, a rodovia, os portos, os aeroportos. Aí tem conectividade, infovias e internet nos rincões mais distantes do Brasil. Tem balança comercial, emprego, renda e desenvolvimento da região”, afirmou. 

Com informações da Agência Senado 

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