Entrega de ata de convenção deve ocorrer em 24 horas

Objetivo é evitar negociatas que transformaram processo em institucionalização das fraudes.

Entrega de ata de convenção deve ocorrer em 24 horas

 

Humberto ponderou ser necessário garantir uma
salvaguarda para casos em que um integrante
partidário, por algum motivo, de saúde, por exemplo,
não tenha feito a assinatura no documento

O plenário da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) mudança na Lei Eleitoral que prevê a redução do prazo de 5 dias para 24 horas para a entrega da ata das convenções partidárias. O projeto (PLS nº 281/2013), de autoria do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), tem por objetivo evitar fraudes no procedimento de inclusão de nomes que irão disputar as eleições.

O senador Humberto Costa (PT-PE) ponderou ser necessário garantir uma salvaguarda para casos em que um integrante partidário, por algum motivo, de saúde, por exemplo, não tenha feito a assinatura no documento – ata da convenção – dentro do novo prazo de 24 horas. Segundo ele, casos desse tipo poderiam significar a impugnação da candidatura automaticamente e a salvaguarda está prevista na Lei Eleitoral que garante a esse representante proceder a assinatura da ata na própria Justiça Eleitoral.

Para o senador Antônio Carlos Valadares (PSD-SE), a proposta é moralizadora, porque pelo prazo atual de cinco dias para registrar a ata da convenção podem acontecer o que ele chamou de “coisas do arco da velha”, negociatas que transformaram esse prazo numa verdadeira institucionalização das fraudes.

O projeto foi aprovado na CCJ em decisão terminativa. Isso quer dizer que a matéria seguirá diretamente para tramitação na Câmara, podendo ser incluída no rol de textos da comissão especial que analisa a Reforma Política. O PLS 281/2013 só será votado no plenário do Senado caso haja recurso, o que não deve ocorrer.

Outras matérias
A CCJ também aprovou o projeto de Resolução 8/2013, em decisão não terminativa, alterando o Regimento Interno do Senado (RISF) sobre as votações secretas, onde elas só vão ocorrer de acordo com os dispositivos previstos na Constituição Federal.  Já sobre a PEC do senador Jarbas Vasconcelos, que prevê a perda automática dos cargos de deputado e senador condenado por improbidade administrativa, foi concedida vista coletiva. Isso quer dizer que a proposta voltará a ser discutida na comissão em agosto, quando o Senado retornar do recesso branco.

Medicina legal
Em relação ao projeto que trata dos serviços de medicina legal, relatado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), a matéria também teve o pedido de vista coletiva aprovado, ficando, portanto, para a próxima reunião em agosto. O relatório de Humberto, favorável ao projeto, destaca que é necessário dar agilidade aos serviços da medicina legal transferindo da polícia civil para os estados e municípios, porque é com muita frequência que se verifica situações onde a família passa por constrangimento de ter de esperar um longo tempo para ter o corpo de um parente liberado. “Temos ainda muito desrespeito com a pessoa humana. Há demora para fazer autópsia e, em casos de morte por violência, a remoção do cadáver é demorada e significa um sofrimento extra para as famílias”, disse Humberto.

Marcello Antunes

To top