Retrospectiva

Proposta prevê nova gestão da compra de alimentos para merenda escolar

Projeto de Beto Faro aumenta a transparência e a eficácia na execução do Pnae, especialmente no que diz respeito à compra de alimentos da agricultura familiar

Alessandro Dantas

Proposta prevê nova gestão da compra de alimentos para merenda escolar

Texto estabelece que, em caso de dispensa, os gestores municipais deverão comunicar às entidades representativas dos trabalhadores rurais, como associações e cooperativas, sobre a decisão

Projeto apresentado pelo senador Beto Faro (PA), líder do PT no Senado, obriga os gestores municipais a notificarem as associações e cooperativas de trabalhadores rurais sobre a decisão de não comprar seus produtos para a merenda escolar (PL 2.005/2023).

O texto estabelece que, em caso de dispensa, os gestores municipais deverão comunicar às entidades representativas dos trabalhadores rurais, como associações e cooperativas, sobre a decisão.

Essas entidades terão então a chance de contestar a decisão dentro de um prazo a ser determinado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O recurso não poderá prejudicar os fluxos regulares de aquisição e distribuição dos alimentos. Caso as argumentações das entidades sejam aceitas, os gestores poderão reconsiderar a decisão.

Comissão aprova nova gestão da compra de alimentos para merenda escolar

O objetivo da proposta, segundo Beto Faro, é aumentar a transparência e a eficácia na execução do Programa Nacional de Merenda Escolar (Pnae), especialmente no que diz respeito à compra de alimentos da agricultura familiar.

A legislação atual determina que pelo menos 30% dos recursos repassados pelo FNDE aos municípios sejam destinados à aquisição de alimentos diretamente da agricultura familiar, priorizando assentamentos da reforma agrária e comunidades tradicionais, como indígenas e quilombolas.

No entanto, a legislação permite que os gestores do PNAE dispensem essa obrigatoriedade caso identifiquem condições insuficientes para garantir a regularidade do fornecimento de alimentos pela agricultura familiar, como problemas higiênico-sanitários ou dificuldades logísticas.

“Muitas vezes, por qualquer tipo de problema ou por problemas pequenos, essa legislação faz com que se deixe de comprar da agricultura familiar”, aponta o senador. A proposta foi aprovada pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado durante o ano de 2024. Na Comissão de Educação (CE), próxima a analisar o texto, a relatoria ficará com a senadora Teresa Leitão (PT-PE).

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