Agência Senado

Senador reafirmou posição contrária a qualquer tentativa de anistiar os responsáveis pelos atos antidemocráticos
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), líder do PT no Senado Federal, fez um discurso incisivo nesta quarta-feira (12/3), reafirmando sua posição contrária a qualquer tentativa de anistiar os responsáveis pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em sua fala, o parlamentar destacou a gravidade do atentado contra a democracia e fez um paralelo histórico para reforçar seu argumento.
“Tivemos aqui uma prova de que deveríamos fazer um exercício inverso. Se o 8 de janeiro de 2023 tivesse ocorrido em 1971, o que teria acontecido com aqueles que quebraram e desmantelaram prédios em Brasília em nome da manutenção do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro na Presidência da República?”, questionou o senador.
Ao comparar a situação com o que ocorreu durante a ditadura militar, Rogério Carvalho mencionou o caso do ex-deputado federal Rubens Paiva, assassinado pelo regime em 1971. Segundo ele, a resposta para sua pergunta já está na história brasileira.
“A pergunta que quero fazer ao Brasil e a todos os brasileiros é a seguinte: a exemplo do que vimos no filme Ainda Estou Aqui, qual teria sido o desfecho? Eu respondo: todos teriam sido presos, torturados, mortos e descartados em alto-mar, como foi o caso do ex-deputado federal Rubens Paiva”, afirmou.
Defesa do Estado Democrático de Direito
O líder do PT no Senado reiterou que atentar contra a democracia e, ao mesmo tempo, reivindicar anistia é inaceitável. Para ele, é essencial que os crimes cometidos naquele dia sejam punidos com rigor para garantir que eventos semelhantes não se repitam no futuro. “Precisamos colocar as coisas no devido lugar. Atentar contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito, e ainda falar em anistia, é algo muito grave”, reforçou.
Além disso, o senador criticou a postura de opositores que atacam o presidente Lula com acusações infundadas, em vez de apresentar soluções para os problemas do país. “Chamaram aqui o presidente da República de ladrão. Um homem digno, respeitável, respeitado no mundo inteiro. Isso não é uma forma legítima de conduzir um debate democrático. Isso é extremismo. Isso é se recusar a dialogar para construir um país decente”, disparou.
”O extremismo não resolve os problemas do Brasil”
Carvalho também alertou para os perigos da radicalização política, destacando que discursos extremistas não contribuem para resolver os desafios enfrentados pela população. Segundo ele, problemas como o alto custo dos alimentos e as mudanças climáticas precisam ser enfrentados com diálogo e políticas públicas eficazes, e não com ataques e intolerância.
“E esse extremismo não resolve os problemas do povo brasileiro. Não resolve o preço dos alimentos, não resolve a crise climática na qual estamos imersos, sofrendo as consequências. O que resolve é o diálogo, e não esse extremismo estridente que não constrói absolutamente nada”, disse.
Por fim, o senador reafirmou sua posição contra a anistia aos golpistas de 8 de janeiro, destacando que essa não é uma questão pessoal ou partidária, mas um compromisso com a democracia e o Estado de Direito. “Portanto, não somos contra a anistia por causa de uma ou outra pessoa. Somos contra porque se trata de um ato contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito”, concluiu.