O colunista dos jornais Folha de São Paulo e O Globo, Elio Gaspari, admitiu seu equívoco e vai publicar, em seu próximo artigo, um esclarecimento para informar que não é de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), o Projeto de Lei (PLS 499/2013) que prevê a definição do crime de terrorismo. A confusão, publicada na edição desta quarta-feira (12) e estampada na capa do portal UOL provocou bate-boca e causou desconforto entre parlamentares.
“Elio Gaspari é daqueles raros jornalistas que não tem problemas em admitir que se enganou. Ele falou comigo ao telefone e, de maneira muito gentil, me garantiu que escreverá um novo artigo para consertar a informação”, comentou Paim, em pronunciamento ao plenário.
Ao contrário do que diz o artigo de hoje, Paim é apenas o autor do requerimento para que a discussão sobre a violência em manifestações de protesto que deveriam ser pacíficas passasse pela análise da Comissão de Direitos Humanos (CDH)
Ainda pela manhã, o tema gerou faíscas na Comissão. “Inventaram um debate entre quem é contra e quem é a favor do projeto. Mas a CDH também precisa debater a lei contra terrorismo, debater a fundo, com calma”, defendeu o parlamentar gaúcho.
Em aparte ao pronunciamento de Paim, o vice- presidente do Senado, Jorge Viana (AC), também citado pelo jornalista como “favorável ao projeto do terrorismo” disse que é importante que o debate seja feito, mas que não se trata de uma “proposta petista” e, sim, “de um projeto desta Casa, que tem que ser debatido com todo o cuidado”.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) fez coro e disse que era um absurdo que fosse atribuída ao senador gaúcho “que pediu mais debate em comissão” a autoria de um projeto.
Ainda ontem (11), durante o debate em plenário sobre o projeto, o líder do PT, Humberto Costa (PE), demonstrou preocupação com o teor da proposta, por considerar muito vaga a definição do que seria considerado um ato de terror, inclusive, podendo criminalizar movimentos sociais.
Dívidas dos estados
Paim voltou a cobrar a votação do projeto que trata da dívida dos estados. Na segunda-feira (10), ele anunciou que iria ao plenário todos os dias até que a proposta fosse votada.
“O compromisso assumido como os líderes é de votação até o dia 5 de março. Agora faltam 21 dias e eu espero que o Senado faça seu dever de casa como a Câmara já fez”, reforçou.
Giselle Chassot
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