Cultura

Comissão do Senado aprova indicada para diretora da Ancine

Indicada pelo governo Lula, agora Patrícia Barcelos terá sua indicação avaliada em plenário

Alessandro Dantas

Comissão do Senado aprova indicada para diretora da Ancine

Patrícia Barcelos teve sua indicação aprovada pela Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado

A Comissão de Educação e Cultura (CE) do Senado aprovou nesta terça-feira (12/8) a indicação de Patrícia Barcelos para o cargo de diretora da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Agora, a indicação segue para análise do plenário. A reunião da CE foi presidida pela presidenta do colegiado, senadora Teresa Leitão (PT-PE).

Na sua apresentação, Patrícia explicou o papel de destaque que o audiovisual brasileiro ocupa no desenvolvimento cultural, econômico e social do país. Segundo a indicada, pesquisas de 2022 estimam o impacto do setor em mais de R$ 24 bilhões no PIB brasileiro e a geração de mais de 126 mil empregos diretos.

“Nesse contexto, a Ancine tem a missão estratégica de regular, fomentar, fiscalizar e desenvolver o setor audiovisual em benefício da sociedade. A agência tem sido um pilar estrutural para implementar políticas públicas que permitem que o audiovisual brasileiro se consolide internamente e ganhe visibilidade internacional”, destacou.

Professora do Instituto Federal de Brasília (IFB) desde 2015, Patrícia Barcelos é graduada em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e mestre e doutora em educação pela Universidade de Brasília (UnB).

Atualmente, exerce o cargo de diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica no Ministério da Educação (MEC).

“Minha formação em cinema e educação, aliada a experiência em gestão pública, representa um diferencial para esta indicação. Meus trabalhos oferecem bases para uma agenda que valorize a pluralidade e a regionalidade do audiovisual, fortalecendo a indústria, promovendo a produção independente e fomentando a formação de público”, detalhou.

A senadora Teresa Leitão afirmou que a experiência de Patrícia Barcelos na área da educação será essencial para fazer a conexão entre o cinema brasileiro e políticas educacionais.  

“O cinema educativo, a relação entre educação e cultura, o cinema como veículo de educação são coisas importantes e caras para nós. Desejo que essa experiência no MEC dialogue com a sua nova função”, disse Teresa Leitão.

Prioridades da futura gestão

Patrícia Barcelos deu especial destaque para a prorrogação da Lei do Audiovisual pelo Congresso Nacional. A legislação, segundo ela, é imprescindível para o desenvolvimento do cinema brasileiro.

“Os valores captados por mecanismos de incentivo entre 2019 e 2024 estão estimados em R$ 1,5 bilhão, beneficiando mais de 1,5 mil projetos”, explicou.

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O senador Humberto Costa (PT-PE), relator da indicação, avaliou a mudança do cenário do audiovisual com a chegada das plataformas de streaming. Para ele, esse é um tema que deve ser debatido, em breve, pelo Congresso Nacional.

“No Senado já tivemos, no ano passado, a votação do projeto que estabelecia a regulamentação do streaming no Brasil. Está na Câmara dos Deputados há muito tempo, sem que tenhamos uma definição. Enquanto isso, o streaming no Brasil não recebe nenhum tipo de taxação, enquanto todas as outras atividades do audiovisual recebem, o que tem sido importante para o desenvolvimento da indústria no Brasil”, explicou.

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A senadora Augusta Brito (PT-CE) manifestou satisfação com a resposta dada por Patrícia Barcelos acerca da necessidade de regulação dos serviços de vídeo sob demanda (VOD) e a prioridade que a agência deverá dar para essa pauta. “Sei que esse é um grande anseio da categoria”, enfatizou.  

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