Justiça

Fraude no INSS: Petistas defendem a prisão de “Careca do INSS” e de Maurício Camisotti

Polícia Federal prendeu acusados de serem operadores do esquema de descontos fraudulentos de aposentados e pensionistas

Divulgação

Fraude no INSS: Petistas defendem a prisão de “Careca do INSS” e de Maurício Camisotti

Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, preso pela PF

Parlamentares do PT comemoraram, nesta sexta-feira (12), a prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti, acusados de operar um esquema de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 6 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024. Ambos foram presos pela Polícia Federal durante a “Operação Cambota”, que também cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.

Integrante da CPMI do INSS – que investiga cobranças ilegais de mensalidades associativas descontadas de aposentadorias e pensões – o deputado Rogério Correia (PT-MG) afirmou, em suas redes sociais, que a prisão dos operadores do esquema só foi possível graças às investigações conduzidas durante o Governo Lula. Após atravessar todo o Gverno Bolsonaro sem avanços, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) passaram a apurar as denúncias, que culminaram na interrupção do esquema com a “Operação Sem Desconto”, deflagrada pela PF em maio deste ano.

“O ‘Careca do INSS’ foi preso pela PF. A CPMI do INSS mostrou que não tinha teoria da conspiração: havia uma quadrilha agindo contra os aposentados. A investigação do governo avançou e agora os culpados começam a cair. A prisão dos dois prova que no Governo Lula a lei vale para todos. Quem roubou aposentado vai responder, seja servidor, atravessador ou milionário de gravata”, afirmou o parlamentar em sua conta no X (antigo Twitter).

Na mesma rede social, o deputado Alencar Santana (PT-SP), também integrante da CPMI, ressaltou que os principais operadores do esquema atuaram livremente durante todo o governo Bolsonaro.

“Parabéns à Polícia Federal pelas prisões do Careca do INSS e do Maurício Camisotti. A cada dia que passa as ramificações da quadrilha que roubou milhões de aposentados vão surgindo e, como não poderia deixar de ser, todos os caminhos levam ao bolsonarismo”, apontou.

Outras opiniões

O deputado Merlong Solano (PT-PI) também destacou que as prisões só foram possíveis devido à autonomia que o Governo Lula concede à Polícia Federal para combater crimes.

“No Governo Lula, a Polícia Federal tem autonomia e meios pra realizar investigações, com a devida autorização judicial”, escreveu em sua conta no X.

Por sua vez, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) elogiou o trabalho da PF e ressaltou que, além de desarticular o esquema, o Governo Lula também garantiu a devolução dos valores subtraídos dos aposentados e pensionistas.

“Se alguém achava que a impunidade iria prosperar com essa roubalheira vergonhosa no INSS – que o Presidente Lula acabou – digo que não haverá impunidade. Além disso, já existe um processo de devolução do dinheiro roubado dos aposentados e de beneficiários do BPC”, ressaltou.

Até o momento, mais de dois milhões de segurados do INSS já receberam valores subtraídos de forma fraudulenta, em um montante que ultrapassa R$ 1 bilhão.

Quem são o “Careca do INSS” e Maurício Camisotti?

Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, é lobista e apontado como o elo entre associações que realizavam descontos fraudulentos e a autarquia federal. Segundo a Polícia Federal, Antunes possuía procurações para representar entidades que cobravam mensalidade de aposentados e, por meio de propina, subornava servidores do INSS para inserir os descontos indevidos na folha de pagamentos.

A maioria desses descontos, conforme auditorias e denúncias registradas na Ouvidoria do próprio INSS, era aplicada sem o consentimento dos segurados. O esquema funcionava por meio de associações formalmente constituídas para oferecer “serviços” a aposentados, mas que, na prática, não tinham estrutura real. Na maioria das vezes, assinaturas eram falsificadas para autorizar os descontos em folha.

Já o empresário Maurício Camisotti é apontado pela PF como beneficiário direto das fraudes. Ele seria sócio oculto de entidades como Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), o Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap) e a União dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Unsbras) – todas comandadas por pessoas ligadas a ele.

No caso da Ambec, por exemplo, até uma empregada doméstica da família de Camisotti foi registrada como dirigente da entidade.

A Operação foi deflagrada por suspeitas de dilapidação e ocultação do patrimônio adquirido ilegalmente, além de possível obstrução das investigações em curso pela Polícia Federal.

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