Janaína Santos

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) concedeu, na manhã desta segunda-feira (24/11), uma entrevista por telefone à Rádio Fan FM, e comentou a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, avaliou impactos no Congresso Nacional, criticou a movimentação da oposição pela anistia e analisou questões da política sergipana.
Durante sua participação, Carvalho afirmou que a prisão preventiva do ex-presidente ocorreu após “violações claras” das medidas cautelares impostas pela Justiça. Segundo o senador, Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica justamente no momento em que ocorria um ato religioso em frente à sua residência, o que deixaria evidente, segundo ele, “o risco de fuga para alguma embaixada”.
“A Justiça agiu corretamente no limite da lei. Qualquer pessoa que tenta romper tornozeleira eletrônica sofre as consequências. Não é porque ele é ex-presidente que não deve cumprir a lei”, disse.
Carvalho destacou ainda que “a audiência de custódia confirmou a necessidade da prisão preventiva após a exposição dos fatos”.
“Querem premiar criminosos”
Questionado sobre o movimento da oposição para pautar a anistia a Bolsonaro, o senador foi categórico ao apontar que “é impressionante como a base bolsonarista tenta negar a realidade”. “Pedir anistia diante de tantas evidências é premiar quem pratica crime continuado”, criticou.
Com isso, ele ressaltou não acreditar que a proposta avance, e avalia que, até mesmo parte expressiva do Centrão, recuou após o episódio da violação da tornozeleira. “Bolsonaro não é vítima. Ele foi responsável por milhares de mortes na pandemia e orquestrou uma tentativa clara de golpe de Estado”, disparou.
Impacto no Congresso Nacional
Sobre o clima no Parlamento após a prisão, o senador revelou que a oposição fará obstrução, mas não deve impedir a votação de temas importantes, já que a maior parte das matérias relevantes do ano já foi apreciada.
“Não há matérias com quórum qualificado que permitam à oposição travar o funcionamento da Casa. Podem atrasar votações, mas nada além disso”, garantiu.
Já sobre a reação do presidente Lula sobre a prisão de Bolsonaro, Carvalho classificou como equilibrada. “Foi uma fala comedida, apostando na institucionalidade e no cumprimento da lei. O presidente Lula tratou o tema com responsabilidade”, explicou.
”Não haverá comoção bolsonarista”
Em outro momento, Rogério Carvalho refutou a hipótese de que a prisão de Bolsonaro gere uma reação eleitoral capaz de alterar o cenário de 2026. Para ele, as investigações sobre o 08 de janeiro, a tentativa de golpe e as evidências de ataques às instituições tornam impossível um movimento de “vitimização” eficaz. “Eles montaram uma organização criminosa para lesar o país e tentar derrubar a democracia”, denunciou.
“Portanto, não haverá comoção. Mas haverá, sim, cumprimento de pena”, concluiu.



