Investigação

Foco da CPI deve ser conluio de criminosos com agentes do estado, afirma Contarato

Comissão ouviu diretor de Inteligência da PF e promotor de São Paulo que investiga o PCC

Edilson Rodrigues/Agência Senado

Foco da CPI deve ser conluio de criminosos com agentes do estado, afirma Contarato

Contarato defendeu investigações sobre conluio entre criminosos e agentes do estado

A CPI do Crime Organizado deve investigar as formas como as organizações criminosas atuam em conluio com forças do estado, afirmou o presidente da Comissão, senador Fabiano Contarato (PT-ES), durante audiência nesta terça-feira (25/11), em que foram ouvidos o promotor público de São Paulo, Lincoln Gakiya, e o diretor de Inteligência da Polícia Federal, Leandro Almeida da Costa.

“Organizações criminosas não crescem apenas pela força da violência; elas prosperam quando encontram brechas e cumplicidades dentro das próprias estruturas estatais e financeiras”, afirmou o senador petista. Ele disse ainda que o estado de direito e o pacto republicano se rompem “quando  servidores, gestores públicos, políticos e mecanismos de controle que deveriam proteger o interesse público passam a funcionar como atalhos, escudos ou facilitadores”.

O presidente da CPI acrescentou que a comissão deve avançar para apurar os mecanismos financeiros que garantem o conluio entre criminosos e agentes públicos e privados. “É esse terreno fértil, muitas vezes silencioso, sofisticado e bem-remunerado, que precisamos expor, compreender e interromper”, afirmou.

Com mais de duas décadas de atuação de combate ao PCC, o promotor Lincoln Gakiya, salientou que o crescimento da facção se deveu a falhas na estrutura de segurança pública e na gestão prisional em São Paulo. “A maior organização criminosa do Brasil foi exportada pelo estado de São Paulo, por conta do abandono na gestão do sistema prisional e da segurança pública, que levou ao crescimento desordenado”.

Tanto Gakiya, quanto Leandro Almeida da Costa, enfatizaram a importância da integração das forças de segurança e órgãos de controle de fluxo financeiro. Este é um dos pontos fundamentais, junto com a asfixia financeira das organizações criminosas, que constam do projeto de lei enviado pelo governo do presidente Lula. O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado.

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