Humberto Costa critica “os profetas do caos” que querem a volta da inflação

 

“O que se quer nesse instante é criar um clima
artificial de crise, de descontrole, de volta da inflação”

Num discurso inflamado, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, na tarde desta quarta-feira (12), da tribuna do Senado, existir entre integrantes da oposição um desejo profundo para que o Brasil volte a navegar nos mares revoltos da crise internacional. Ele atribuiu a esses parlamentares e à mídia um comportamento semelhante ao dos profetas do caos, torcendo para que a inflação volte a infernizar o dia-a-dia das famílias. Humberto citou a declaração feita pela manhã pela presidenta Dilma Rousseff de que “não há, hoje, qualquer evidência que a inflação vai se tornar descontrolada” e que, na verdade, “esse conjunto de pessoas e instituições vaticinando para o Brasil uma situação de crise incontrolável é uma forma leviana de agir”. “Não há qualquer evidência de que nós vamos retornar aos tempos de carestia em que vivemos lá atrás e que o nosso governo conseguiu superar, ao longo dos primeiros anos do governo Lula, não sem antes reconhecer que o governo anterior teve também essa preocupação”, disse Humberto.

O senador observou que a presidenta Dilma deixou claro, mais uma vez, que seu governo em nenhum momento será leniente com o controle da inflação, elemento que corrói a valorização do salário dos trabalhadores, uma bandeira histórica do Partido dos Trabalhadores. “O que se quer (a oposição) nesse instante é criar um clima artificial de crise, de descontrole, de volta da inflação. Isso é absolutamente gritante, mas há pouco tempo, quando a safra do tomate quebrou, capas de revistas semanais, discursos no Senado, opiniões de economistas eram de que nós tínhamos perdido o controle da inflação. E agora o preço do tomate caiu e esses videntes da catástrofe não vieram aqui dizer que estavam errados”, disse.

Segundo Humberto, essa visão catastrófica que se tenta construir, maldosa, será mais uma das previsões que não vai se concretizar. “A presidenta Dilma também foi muito feliz ao lembrar outras situações em que a oposição e a grande mídia vaticinaram para o País catástrofes que não aconteceram, como ocorreu no começo do ano quando a oposição propagou que nós teríamos um apagão energético. Passaram-se mais de seis meses e, até agora, essa previsão não vingou”, destacou.

Outro exemplo citado foi sobre as previsões de que o Brasil não conseguiria concluir as obras dos estádios que vão a partir de sábado receber os jogos da Copa das Confederações. A mesma oposição e a mesma mídia diziam que o País não estava apto a receber não só a Copa das Confederações como também a Copa do Mundo, em 2014. “Quem não se lembra desses videntes? Não precisam ir atrás dos números, os parlamentares que viajam semanalmente podem testemunhar as obras que acontecem em seus estados e que estão acontecendo nos maiores aeroportos do País”, salientou.

Para Humberto, esses vaticínios terroristas não vão abalar a população brasileira por uma simples razão: se olhar para o jornal, a pessoa verá uma catástrofe iminente, mas olhando para a vida real, essa mesma pessoa vai ver que tem sua casa, seu emprego, que seus filhos estão na escola, na universidade, que pôde comprar um carro e assim verá que pode cultivar a esperança de seu futuro, de sua prosperidade. “Portanto, manifesto minha confiança absoluta e total nos rumos que o País está seguindo e, acima de tudo, do nosso compromisso, nós do PT, com o sucesso do governo da presidenta Dilma”, finalizou.

Velho do Restelo
Pela manhã, quando anunciou a linha de crédito Minha Casa Melhor, destinada às pessoas que já fazem parte do programa Minha Casa, Minha Vida – elas poderão comprar móveis e eletrodomésticos para equipar suas residências e melhorar a qualidade de vida, com juros baixos e bom prazo de pagamento -, a presidenta Dilma Rousseff comparou a oposição que torce pela volta da inflação a um personagem do escritor português Luís de Camões. Esse personagem, chamado Velho do Restelo, ficava nas praias praguejando contra as caravelas portuguesas que iam pelo mar desbravar novas fronteiras.

A comparação da presidenta Dilma bateu forte na oposição. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) subiu à tribuna e com base no discurso do senador Humberto Costa e da declaração da presidenta, tentou demonstrar que a oposição não age como o Velho do Restelo. “Ao anunciar mais um pacote, digamos assim, de estímulo ao consumo, consistindo em financiamento para a compra de geladeiras, fogões, chuveiros elétricos e não sei mais quais eletrodomésticos, referiu-se à oposição como se nós fossemos os Velhos do Restelo. Já melhorou em relação ao senador Humberto Costa, porque nos equiparou – a nós que fazemos críticas à política econômica – a terroristas da economia”, disse Aloysio. No restante de seu discurso, o senador da oposição fez como Humberto identificou, ou seja, profetizou o caos.

Outro senador da oposição a ir à tribuna foi Agripino Maia (DEM-RN), para criticar o programa Minha Casa Melhor lançado hoje e também para reclamar da comparação feita pela presidenta Dilma.

Marcello Antunes

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