Há apenas sete dias no comando do Ministério da Cultura, a gestão Marta Suplicy já conta com a simpatia de movimentos do setor cultural. Nessa quarta-feira (20/09), os elogios partiram de ativistas da cultura digital, que, após reunirem-se com a nova ministra, destacaram as boas impressões com a nova gestão. “Não estamos passando atestado e temos autonomia para cobrar e criticar se for necessário, mas a avaliação é que os primeiros sinais são positivos. A ministra Marta é uma política capaz de sentir a temperatura e fazer transbordar algo que já está fervendo, como é o caso da cultura digital por todo o país”, disse o produtor cultural Pablo Capilé.
O encontro de Marta com representantes da cultura digital foi transmitido pela internet com o status de audiência pública. Na pauta estava a efetivação dos pontos de Cultura, considerados a expressão mais visível em termos de políticas públicas para a área cultural no País. Os pontos estão entre os 53 objetivos do Plano Nacional de Cultura (PNC), elaborado em parceria com representantes da sociedade civil e aprovado em dezembro de 2011. A meta é ter 15 mil pontos de Cultura em funcionamento até 2020, o que, segundo a ministra, é muito audacioso.
“O resgate e o fortalecimento dos pontos de Cultura têm que ser um ponto central dessa gestão, mas falar em 15 mil [unidades] em funcionamento até 2020 é um delírio. Vamos ter que trabalhar muito para isso e vamos trabalhar”, disse Marta, destacando que, dos cerca de 4 mil pontos de Cultura identificados em todo o País, apenas 2,3 mil são beneficiados por convênios com o ministério.
Mas Marta prometeu manter diálogo permanente com os representantes do setor: “podem ter certeza, vocês são a minha turma”. E garantiu “ainda não sou uma hacker, mas vou ser”. Essa frase na mesma hora inspirou a criação da hashtag (modelo de endereço digital) #Martahacker no Twitter.
Para os ativistas, a reunião com a ministra foi mais um indício de uma mudança em relação à gestão anterior, já que eram justamente os representantes da cultura digital os maiores críticos da ex-ministra Ana de Hollanda, a quem associavam as tentativas de restringir o compartilhamento digital de conteúdo e que, após tomar posse, em 2011, não lançou nenhum novo edital de convênio para pontos de Cultura. “Mudou tudo no MinC. O discurso da Marta é a antítese do que foi o da Ana. O Brasil voltou ao século 21 na cultura”, escreveu o jornalista Renato Rovai no Twitter. Já Pablo Capilé disse que o encontro foi promissor e um indicativo do que poderá ser a gestão de Marta “após dois anos de obstrução do diálogo com o setor.”
Com informações da Agência Brasil
Leia mais:
Depois do pedido de Marta Suplicy, Câmara agiliza Vale-Cultura
Pinheiro: cultura tem novo ambiente para crescer e criar mais empregos
Marta quer disseminar cultura brasileira na web e aprovar Vale-Cultura