O senador lembrou que, nos últimos anos, o governo não descuidou dos investimentos produtivos e da distribuição de renda, garantindo equilíbrio fiscal suficiente para obter sucessivos superávits primários – economia maior do que os gastos. “Em vários anos conseguimos fazer superávits de até 3% do PIB. Agora estão diante de uma crise internacional”, afirmou.
Ele recordou que o governo do PT não virou as cotas para o equilíbrio das contas públicas, até porque foi possível reduzir a relação dívida líquida com o PIB de 60% no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula até o percentual de 36%. “Não podemos fazer cortes nos gastos públicos sem pensar nos trabalhadores, não podem olhar para os números e se esquecer das pessoas”, alertou. Para Lindberg, a austeridade severa para fazer superávits primários, se adotada, pode produzir um efeito suicida “que vem fracassando no mundo inteiro, dando o desemprego e a estagnação da economia como resultados”.
Lindberg citou como exemplo dessa combinação explosiva de austeridade fiscal que só olha para o superávit primário e esquece das pessoas as taxas elevadas de desemprego nos Estados Unidos e na Europa. Na Espanha, por exemplo, que adotou esse remédio fiscal a taxa de desemprego chega a 27%; na Grécia, que teve problemas, o desemprego quase bateu 30%.
Portanto, na avaliação do presidente da CAE, a flexibilização da meta de superávit primário para este ano solicitada pelo governo garantirá o emprego para milhares de trabalhadores. Segundo um estudo do Ipea, citado por Lindberg, a cada 1% do PIB investido o retorno para a sociedade corresponde a 1,57%. Ao não permitir o desconto dos investimentos do PAC e das desonerações do resultado fiscal, o senador aponta que a economia brasileira entraria rapidamente em recessão, causando desemprego. “E isso nós não queremos”, afirmou.