Lindberg Farias defende mudança no resultado da meta fiscal

“Não podemos fazer cortes nos gastos públicos sem pensar nos trabalhadores, não podem olhar para os números e se esquecer das pessoas”, alerta LindbergO presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Lindberg Farias (PT-RJ), informou, em discurso na tarde desta quarta-feira (26), que nova sessão do Congresso Nacional será realizada na próxima terça-feira (2) tendo por objetivo colocar em votação o PLN 36/2014 que permite o abatimento dos investimentos do PAC e os valores das desonerações fiscais do resultado fiscal deste ano. Lindberg apoia a iniciativa e criticou a postura da oposição que aposta no quanto pior melhor.

O senador lembrou que, nos últimos anos, o governo não descuidou dos investimentos produtivos e da distribuição de renda, garantindo equilíbrio fiscal suficiente para obter sucessivos superávits primários – economia maior do que os gastos.  “Em vários anos conseguimos fazer superávits de até 3% do PIB. Agora estão diante de uma crise internacional”, afirmou.

Ele recordou que o governo do PT não virou as cotas para o equilíbrio das contas públicas, até porque foi possível reduzir a relação dívida líquida com o PIB de 60% no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula até o percentual de 36%. “Não podemos fazer cortes nos gastos públicos sem pensar nos trabalhadores, não podem olhar para os números e se esquecer das pessoas”, alertou. Para Lindberg, a austeridade severa para fazer superávits primários, se adotada, pode produzir um efeito suicida “que vem fracassando no mundo inteiro, dando o desemprego e a estagnação da economia como resultados”.

Lindberg citou como exemplo dessa combinação explosiva de austeridade fiscal que só olha para o superávit primário e esquece das pessoas as taxas elevadas de desemprego nos Estados Unidos e na Europa. Na Espanha, por exemplo, que adotou esse remédio fiscal a taxa de desemprego chega a 27%; na Grécia, que teve problemas, o desemprego quase bateu 30%.

Portanto, na avaliação do presidente da CAE, a flexibilização da meta de superávit primário para este ano solicitada pelo governo garantirá o emprego para milhares de trabalhadores. Segundo um estudo do Ipea, citado por Lindberg, a cada 1% do PIB investido o retorno para a sociedade corresponde a 1,57%. Ao não permitir o desconto dos investimentos do PAC e das desonerações do resultado fiscal, o senador aponta que a economia brasileira entraria rapidamente em recessão, causando desemprego. “E isso nós não queremos”, afirmou.

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