Convocação do presidente do HSBC no Brasil foi um pedido do senador José PimentelO banco HSBC fechou as portas no Brasil, mas as investigações sobre a instituição continuam. Além de envolvida no chamado Swissleaks – escândalo internacional sobre irregularidades que incluiriam, entre outras, a ocultação de R$ 7 bilhões sonegados à Receita Federal do Brasil –, a empresa é suspeita de estar em meio a outro escândalo: o esquema de corrupção dentro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Para averiguar a possível ligação, a CPI do Senado que investiga o conselho aprovou, nesta terça-feira (14), a convocação do presidente do HSBC no País para prestar esclarecimentos.
Segundo o autor do requerimento, senador José Pimentel (PT-CE), a Polícia Federal identificou depósitos da empresa HSBC BRASIL à empresa SGR Consultoria Empresarial, investigada por suspeita de intermediar o pagamento de propina a conselheiros do Carf.
O órgão é alvo da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que deu origem à CPI do Carf e investiga a manipulação de recursos à Receita para reduzir multas aplicadas pelo órgão a grandes empresas. O esquema teria causado a perda de R$ 6 bilhões aos cofres públicos.
Além do presidente do HSBC, a CPI também convocou representantes de outras empresas suspeitas de participação no esquema. Entre elas, a Irmãos Júlio (indústria e comércio de café) e a Penha (grupo comercial de cimento). Outros requerimentos também chamaram para oitivas as assessorias Alfa Atenas e Planeja, ambas investigadas no âmbito da Operação Zelotes, e ex-conselheiros do Carf.
O ex-secretário da Receita e ex-presidente do Carf, Otacílio Cartaxo, que havia sido convocado na reunião anterior do colegiado, não deverá prestar esclarecimentos aos senadores. O autor do requerimento, senador Otto Alencar (PSD-BA), justificou que não há necessidade de ouvir Cartaxo, no momento, uma vez que ainda não há inquérito criminal contra ele no âmbito da Operação Zelotes.
A comissão se reunirá novamente na quinta-feira (16) para votar requerimentos de quebras de sigilos fiscal e bancário de envolvidos nas investigações.
Carlos Mota
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