“São movimentos localizados e especulativos, |
A presidenta Dilma Rousseff garantiu com veemência, que não há a menor hipótese de seu governo não ter uma política de controle e combate à inflação, até porque a situação real do Brasil é de inflação e contas públicas sob controle e indicadores macroeconômicos saudáveis para um País que tem a menor taxa de desemprego de sua história, que valorizou o salário mínimo e melhorou as condições de vida dos brasileiros. “Todos os que apostam nisso (a volta da inflação) são os mesmos que, no início desse ano, apostaram que ia haver um problema sério com o fornecimento de energia no País e sumiu, desapareceu de todos os jornais porque não era real”, afirmou nesta quarta-feira (12), durante cerimônia no Palácio do Planalto.
A presidenta Dilma se referia a alguns políticos da oposição que fizeram manifestações catastróficas para o setor elétrico quando o governo decidiu enfrentar as barreiras e garantir que a conta de luz tivesse uma redução de 16% a 30%, com a renovação dos contratos das empresas geradoras, distribuidoras e transmissoras de energia. Na época, o discurso era o de que o Brasil enfrentaria um apagão de energia, que não ocorreu. Pelo contrário, no balanço do PAC 2, divulgado na segunda-feira (10), a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, mostrou que até abril deste ano mais de 4 mil megawatts foram adicionados à matriz energética, energia suficiente para atender a demanda da indústria, cuja atividade dá sinais de recuperação.
Como há um mês os preços do tomate subiram bastante, por causa da quebra da safra, e porque o índice de inflação foi pressionado, chegando no acumulado do ano a 6,5%, a imprensa e os mesmos da oposição que perderam a batalha na energia centraram fogo e suas apostas que o governo Dilma está descuidando do controle da inflação. Alguns senadores da oposição chegaram, até mesmo, a dizer em entrevistas que a presidenta Dilma estaria sendo leniente no controle da inflação. Mais um exemplo do que a presidenta chamou de “leviandade política”. “São movimentos localizados e especulativos, que duram um tempo, mas que fazem mal ao Brasil. Porque um país que não tem segurança energética é um país que está comprometido”.
“Quando, no início do ano, disseram que nós teríamos um problema grave de fornecimento de energia elétrica que podia levar ao racionamento, era uma leviandade. E leviandade política é grave, porque ela não afeta a pessoa, ela afeta um país. Eu queria dizer, portanto, que não há a menor hipótese. Primeiro porque a inflação não está sem controle e, segundo, porque o governo tem todas as condições para impedir que ela fuja do controle”, afirmou.
Para contextualizar sua interpretação do comportamento daqueles que estão apostando contra a volta da inflação, a presidenta Dilma citou o personagem do escritor português Luís de Camões, Velho do Restelo, que ficava sentado na praia olhando para o vaivém das caravelas que iriam fazer novas descobertas, mas sempre praguejando. O Velho do Restelo dizia o seguinte: “não vai dar certo”, “não vai dar certo”, que aquilo era uma manifestação de vaidade e um impulso para o desconhecido e para a derrota. Mas Dilma fez uma boa comparação: “Em toda a história do nosso País, muitos Velhos do Restelo apareceram às margens das nossas praias. Hoje o Velho do Restelo não pode, não deve e eu asseguro a vocês, não terá a última palavra no Brasil”, afirmou.
Marcello Antunes
FOTO: Agência Brasil
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