Cresce a cada dia o número de brasileiros com acesso à internet por meio do celular, mas nos domicílios, ainda é grande o número de tevês analógicasO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (6), o suplemento de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD – 2014), mostrando que pela primeira vez o acesso à internet via telefone celular na casa dos brasileiros ultrapassou o acesso via microcomputador, que recuou de 88,4% para 76,6%, enquanto que o acesso à internet por celular deu um expressivo salto de 53,6% para 80,4%. Em 2004, o acesso à internet via micros correspondia a 6,3 milhões de domicílios e, dez anos depois, a 28,2 milhões de domicílios. Considerando todas as formas de acesso (celular, tablet, televisão e outros), 48% dos domicílios tinham acesso à internet em 2013 e esse percentual subiu para 54,9% em 2014, ou seja, 36,8 milhões de domicílios.
A pesquisa divulgada pelo IBGE tende a contribuir para a mudança estratégica das empresas e significar mudanças nas áreas de estudo de Ciência e Tecnologia e também incremento nos investimentos em banda larga. Vale notar que os acessos domiciliares à internet por tablete cresceram 50,4% em 2013 e dos 36,8 milhões de domicílios com acesso à internet, apenas 0,8% possuíam só a conexão discada e 99,2% tinham conexão em banda larga.
A banda larga celular subiu de 43,5% para 62,8% dos domicílios com internet em 2014 e em relação à tevê digital aberta, 39,8% dos domicílios do País tinham esse acesso. A tevê por assinatura chegou a 32,1% dos domicílios e a tevê por antena parabólica atingiu 38%, em parte esse número cresceu por conta da chegada da energia elétrica em regiões remotas do Brasil, por meio do programa Luz para Todos. Prova disso é que cerca de 15,1 milhões de domicílios não tinham qualquer uma dessas três modalidades de acesso à programação televisiva em 2014.
Quando o ex-presidente Lula fala que ainda falta muita coisa na casa dos trabalhadores e trabalhadoras, a pesquisa revela que em 2014, entre os 106,8 milhões de aparelhos de tevê existentes nos domicílios do País, 52,1% eram de tubo e 47,9% de tela fina. Um ano antes, os percentuais eram de 61,6% e 38.4%, respectivamente. Isso comprova que ainda há muita gente assistindo tevê por meio de televisões por tubo.
Outro dado que tende a incentivar o computador na escola é o fato de a pesquisa mostrar que de 2013 a 2014 a proporção de pessoas com 10 anos ou mais de idade acessaram a internet por equipamentos diferentes do microcomputador, que passou de 4,2% para 10,5%. Em números absolutos, esse crescimento foi de 155,6% ou mais de 11,2 milhões de pessoas. E o percentual da população com 10 anos ou mais de idade que tinha telefone celular para uso pessoal atingiu 77,9% em 2014. Estamos falando de 136,6 milhões de pessoas. Em relação a 2005, o contingente detentor de celular cresceu 142,8%.
Pela primeira vez, também, constatou-se que da população rural com 10 anos ou mais de idade tinha celular, chegando a 52,2%, enquanto nas áreas urbanas o percentual chegou a 82,3%.
Abaixo, alguns tópicos interessantes da pesquisa do IBGE:
– O maior percentual de domicílios com acesso à internet ainda é aquele com rendimento per capita acima de 5 salários mínimos (88,9%) e 25,3% com rendimento inferior a um quarto do salário mínimo.
– O acesso à internet sem microcomputador cresceu 155,6% de 2013 para 2014
– Cerca de 95,4 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade (54,4% dessa população), em 2014, utilizaram a Internet pelo menos uma vez nos 90 dias anteriores à entrevista da PNAD. O acesso à Internet cresceu nas cinco regiões, mas graças ao uso de equipamentos diferentes do microcomputador, pois a utilização deste meio recuou em todas elas.
– Acesso à Internet predomina entre os mais jovens e os mais escolarizados
– Os grupos mais jovens tinham os maiores percentuais de utilização da Internet, com predomínio no grupo de 15 a 17 anos (81,8%) de idade. Já a menor proporção era entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade (14,9%). De 2013 para 2014, a utilização da Internet cresceu em todos os grupos etários.
– O acesso à Internet mostrou proporções crescentes entre os mais escolarizados. O maior percentual foi observado na população com 15 anos ou mais de estudo (92,1%). Em relação a 2013, a utilização da Internet cresceu em todos os níveis de instrução, com exceção do grupo sem instrução e menos de 1 ano de estudo (de 5,4%, em 2013, para 5,2% em 2014).
– Em 2014, entre os estudantes da rede pública, 73,3% (19,9 milhões) utilizavam a Internet. Na rede privada, 97,2% deles (9,1 milhões) utilizavam a Internet.
A proporção de pessoas que utilizaram Internet era maior nas classes com rendimento mensal domiciliar per capita mais elevado. O maior percentual (91,5%) foi observado na classe acima de 10 salários mínimos, e o menor (28,8%), na classe inferior a um quarto do salário mínimo.
– 11,1 milhões de domicílios do país tinham tablet em 2014. Mais da metade deles (6,1 milhões) estava no Sudeste, região com o maior percentual de domicílios com esse aparelho (20,8%) enquanto a menor proporção estava no Norte (8,6%). Os domicílios com tablet tinham rendimento médio domiciliar per capita de R$ 2.213 e, naqueles que não tinham, esse rendimento era R$ 1.049,00.
– 97,1% dos domicílios do país tinham aparelhos de TV em 2014. O País tinha 67,0 milhões de domicílios particulares permanentes e 97,1% deles (65,1 milhões) possuíam o aparelho de TV. Esse indicador cresceu 2,9% em relação a 2013.
– Em 2014, televisão digital aberta chegava a 39,8% dos domicílios do País. A proporção de domicílios com acesso à TV digital aberta cresceu 8,6 pontos percentuais e chegou a 39,8% dos domicílios com televisão. A TV digital aberta cresceu tanto na área rural quanto na urbana, chegando, respectivamente, a 15,7% e 43,5% dos domicílios com TV.
– O Sudeste continuou com o maior percentual de domicílios com televisão digital aberta (45,7%), com o Sul (41,5%) e o Centro-Oeste (40,8%) a seguir. O Norte e o Nordeste alcançavam ambos, aproximadamente, 30%. A proporção de domicílios com TV digital aberta cresceu em todas as unidades da federação.
– Em um ano, número de domicílios com TV por assinatura cresceu 12,0%
– O número de domicílios com TV por assinatura cresceu 12,0% em relação a 2013, alcançando 32,1% dos domicílios com aparelho de televisão. Assim como a TV digital aberta, a TV por assinatura estava mais presente na área urbana (35,9%) do que na rural (7,5%). O Sudeste continuou com a maior proporção de domicílios com TV por assinatura (43,6%), com o Sul (32,5%), Centro-Oeste (30,0%), Norte (19,8%) e Nordeste (16,3%).
– A TV por antena parabólica estava em 38,0% dos domicílios com aparelho de televisão e, ao contrário das modalidades “digital aberta” e “por assinatura”, sua presença na área rural (78,5%) era superior à urbana (31,8%). Também ao contrário dessas modalidades, a TV por antena parabólica predominava entre os domicílios com os menores rendimentos per capita.
– Em 2014, entre os domicílios com aparelho de televisão, 32,1% não tinham TV digital aberta, mas contaram com pelo menos uma modalidade de acesso à programação: 22,6% tinham somente TV por antena parabólica; 7,4% tinham somente TV por assinatura e 2,1% tinham TV por antena parabólica e televisão por assinatura. 15,1 milhões de domicílios não tinham nenhuma das três modalidades de TV investigadas
– Para os domicílios sem nenhuma dessas três modalidades, a alternativa de acesso à programação televisiva é a televisão analógica aberta. Esse grupo de domicílios merece atenção especial, pois ficaria impossibilitado de acessar programação televisiva por meios convencionais quando concluído o processo de desligamento do sinal analógico e sua substituição pelo sinal digital em todo o Território Nacional. A Região Norte continuou com o maior percentual de domicílios sem nenhuma das três modalidades (27,7%) e o Sudeste (21,8%), com o menor percentual.
– Dos 65,1 milhões de domicílios particulares permanentes com televisão, 33,6% possuíam somente televisão de tela fina, 44,3% somente televisão de tubo e 22,1%, ambos os tipos. O Nordeste tinha o maior percentual de domicílios com apenas televisão de tubo (56,7%) e o Centro-Oeste, a maior proporção de domicílios com somente televisão de tela fina (38,5%).
Marcello Antunes, com informações do IBGE