Humberto aponta que ninguém que votou no golpe explicou por que

Humberto aponta que ninguém que votou no golpe explicou por que

Humberto: “O Brasil que queremos não é o mesmo Brasil da Fiesp, de Bolsonaro, de Michel Temer e de Eduardo Cunha”O líder do Governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), ocupou a tribuna da casa na tarde desta segunda-feira (18) para mostrar a maneira distorcida, ilegal, enviesada de tentar apear a presidenta Dilma do poder. Numa sessão da Câmara comandada por um presidente que deveria estar fora do cargo, porque responde a dezenas de crimes financeiros, o processo de impedimento da presidenta passou e fez o Brasil acordar com um gosto amargo de golpe na boca, cansado e envergonhado. “Assistimos a um espetáculo digno de um circo de horrores, aprovado numa sessão repleta de parlamentares que respondem processos civis e criminais”, afirmou.

Prova disso foi o voto da deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que gritou: “o meu voto é para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão. Sim, sim, sim”, disse ela. Ensandecida, a deputada Raquel mentiu, porque hoje cedo a Polícia Federal prendeu seu marido por corrupção. A Montes Claros da deputada e de seu marido, certamente, não serve de modelo para o Brasil.

Ainda na essência do golpe, deputados desnudaram a Câmara dos Deputados de Eduardo Cunha, onde na sessão teve espaço para ver parlamentar usando o microfone para mandar recados para filhos, netos, pais, amigos, gato, cachorro, papagaio, menos sobre o que pensam sobre a acusação feita contra a presidenta Dilma, eleita por 54 milhões de votos e que não cometeu crime e nem tem contas secretas para receber propinas na Suíça.

Humberto, igualmente, condenou entre as declarações sexistas, homofóbicas e delinquentes, a do deputado Jair Bolsonaro, que homenageou um torturador, coronel Brilhante Ustra. “Foi uma citação descabida e absurda quando o tema da sessão era justamente o mandato de uma presidenta que lutou contra a ditadura, que foi presa e torturada por algozes liderados, quem sabe, pelo ‘homenageado’. Não há outro nome para o que foi feito ontem, desrespeito à vontade expressa de 54 milhões de brasileiros que votaram em Dilma. Isso é um castigo sem crime, um assalto à democracia”, salientou.

 

Mas os apressados devem ter calma porque a guerra não terminou. A batalha, disse Humberto, agora é no Senado, “onde vamos atrás de provas, de consistência na denúncia. Vamos respeitar e fazer um debate amplo e exaustivo, vamos cumprir o que apregoa a Constituição”, enfatizou. O líder disse isso para pontuar que, no Senado, ele tem a certeza  de que o processo não será guiado pelo sentimento de vingança, de rancor, de perseguição política que se viu no processo presidido por Eduardo Cunha. “Confiamos que aqui o presidente da casa exercerá estritamente seu papel de magistrado, não será um cabo eleitoral de um vice-presidente traidor e golpista”, disse.

 

Humberto, como disse no dia anterior, mandou uma mensagem para a militância petista e para todos os brasileiros que são contra o golpe e que foram para as ruas no domingo, ao dizer que não se deve pensar que a tentativa de golpe que tomou forma vai esmorecer. “Estamos com a democracia e com a verdade. Estamos com disposição redobrada para lutar e vamos continuar mobilizados. Nossa militância e os movimentos sociais vão continuar nas ruas. Temos que defender e lutamos o melhor dos combates porque temos ao nosso lado o povo brasileiro, que não aceitará perder as conquistas obtidas durantes os governos de Lula e Dilma”, salientou.

 

 O líder também afirmou que a briga vai até o fim contra a tentativa de retirar direitos dos trabalhadores e acabar com programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronatec, o Fies e até o atendimento básico à saúde.  “É isso que está em jogo. É isso que move os golpistas. Não é a luta contra a corrupção coisa nenhuma. A supressão dos programas sociais é ordem da Fiesp ao vice-presidente golpista. O Brasil que queremos não é o mesmo Brasil da Fiesp, de Bolsonaro, de Michel Temer e de Eduardo Cunha”.

Marcello Antunes

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