A líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou nesta segunda-feira (20) que o clássico entre Atlético Paranaense e Coritiba que deveria ter ocorrido na tarde do último domingo pode ter sido o pontapé inicial para a quebra do monopólio nas transmissões esportivas do País. “Foi um momento histórico ocorrido na capital do meu estado”, destacou.
A confusão teve início na recusa dos dois grandes clubes do Paraná em assinar um contrato com a Rede Paranaense de Comunicação (RPC), afiliada da Globo, pela transmissão do campeonato estadual. De acordo com o blog do Rodrigo Mattos, no UOL, a oferta da emissora foi de R$ 1 milhão de cota para cada um de Atlético-PR e Coritiba.
Sem contrato com nenhuma emissora de televisão, os dois clubes fariam uma pioneira transmissão da partida pelos seus canais no YouTube. Porém, minutos antes do pontapé inicial os clubes foram impedidos de dar início ao jogo pela Federação Paranaense de Futebol sob o argumento de que pessoas estavam nos arredores do gramado sem a devida autorização.
“Convenhamos que [a explicação] é inaceitável para justificar a não realização de um jogo deste tamanho, com tantos presentes e com tamanha expectativa. Não seria mesmo possível solucionar essa pequena questão dos jornalistas e permitir a realização do jogo? Não era só retirar os jornalistas? ”, questionou a senadora.
Para Gleisi, a Federação agiu como “braço operacional” da Rede Globo – detentora dos direitos de transmissão do campeonato – defendendo os interesses do monopólio das transmissões do campeonato estadual e contrariando os interesses de seus associados (os clubes).
“Episódios como esse demonstram o quanto a vontade e as opiniões de uma rede de televisão, principalmente a Globo, valem neste País. Quando a simples tentativa de dois clubes do Paraná de buscar alternativas mais rentáveis e democráticas para transmissão de seus jogos é descaradamente impedida de forma truculenta e absurda. Uma empresa não pode ser dona de tudo”, critica.
A senadora ainda classificou como “inadmissível” o comportamento da Federação – entidade-meio que deveria estar a serviço dos clubes – e que jamais poderia extrapolar suas funções estando a serviço de terceiros.
“Espero que os clubes mantenham sua disposição de democratizar a transmissão de seus jogos, quebrando o monopólio de informação. Essa conquista trará mais autonomia para os clubes, mais acesso as transmissões para os torcedores e mais democracia para a comunicação em geral do País”, finalizou.
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