Operações responderam por 36% do total concedido pelo banco, com novo recorde anual do no volume das operações de crédito. Os micro e pequenos empresários (MPME) receberam R$ 49,8 bilhões em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2011 – volume que representa 36% do total emprestado pelo banco no ano (R$ 139,7 bilhões). De acordo com o balanço divulgado na quarta-feira (18), o número de operações foi recorde: 896 mil financiamentos, 47% mais do que em 2010.
O Cartão BNDES foi um dos fatores que impulsionaram o crescimento de 9% da participação das MPME. Além do aumento de 76% na movimentação em relação a 2010, o volume de R$ 7,6 bilhões emprestados foi possível devido à ampliação da cobertura. Em 2005, o cartão era usado em 286 cidades (5,14% do total) e, desde 2010, ele passou a ser aceito em 4.843 municípios (87%).
Nordeste – A política de descentralização geográfica do crédito permitiu que as regiões Norte e Nordeste respondessem por 22% dos desembolsos totais do banco, uma alta em relação aos 17% de 2010. A participação das duas regiões no desembolso do BNDES está em linha com sua contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Estratégia – A ênfase nos financiamentos de máquinas e equipamentos para empresas de todos os portes se manteve com o Programa de Sustentação do Investimento (BNDES PSI). Em 2011, os desembolsos do programa, que tem prazo de vigência até dezembro de 2012, somaram R$ 42,5 bilhões.A atuação do BNDES em 2011 ajudou o País a manter a expansão dos investimentos acima do crescimento do PIB, permitindo que o Brasil crescesse sem a ocorrência de gargalos e pressões inflacionárias, na análise do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
O desempenho de 2011 refletiu as medidas adotadas no ano passado, quando o banco alterou as taxas de juros do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI), reduziu seu nível de participação sobre o total dos financiamentos e suprimiu linhas de capital giro que haviam sido criadas no momento mais agudo da crise financeira internacional. Com isso, o BNDES busca ampliar o espaço para que cresça a atuação do setor financeiro privado na concessão de crédito de longo prazo às empresas.
Efeito Petrobras – O total emprestado em 2011 é 17% menor do que os R$ 168,4 bilhões de 2010, porém, essa queda não representa uma redução da atuação do banco. Isso porque, ao subtrair os R$ 24,7 bilhões aplicados pelo BNDES na capitalização da Petrobras em 2010, o movimento nos dois anos fica no mesmo patamar, em torno dos R$ 140 bilhões.
A operação feita com a estatal de petróleo também teve impacto estatístico sobre os outros indicadores do BNDES, na comparação com 2011. As consultas por financiamentos do Banco encerraram o ano em nível elevado, de R$ 195,2 bilhões, embora tenham recuado 24% na comparação com 2010. As aprovações ficaram em R$ 164,5 bilhões, o que representou uma queda de 18%.
Infraestrutura concentra 40% das liberações
O setor de infraestrutura liderou os desembolsos do BNDES em 2011, com R$ 56,1 bilhões ou 40% do total. Os montantes mais significativos foram para transporte rodoviário, com R$ 26 bilhões, e energia elétrica, com R$ 15,9 bilhões.
Para a indústria foram liberados R$ 43,8 bilhões (participação de 32%), com ênfase em material de transporte (R$ 8,2 bilhões), química e petroquímica (R$ 7,1 bilhões), alimentos e bebidas (R$ 6,8 bilhões) e indústria mecânica (R$ 4,5 bilhões).
Para comércio e serviços, o BNDES destinou R$ 29,2 bilhões (21% do total) e à agropecuária, R$ 9,8 bilhões (7%).
(Com informações do Em Questão – Copom)