A presidenta Dilma Rousseff tratou de forma universal os direitos humanos, como deve ser feito. Parabéns, minha presidenta. A senhora foi certeira, correta e justa. No meu entendimento uma declaração de estadista. Sem preconceito ideológico. Creio que Raúl Castro e seu irmão Fidel, agora afastado da presidência, entenderam… Só há um “direitos humanos”: aquele que respeita e luta pela dignidade da vida das pessoas.
No Brasil, por exemplo, milhões de aposentados e pensionistas amargam reajustes pífios nos seus benefícios. Isto vem acontecendo nos últimos 25 anos. Sem dúvida nenhuma, esta também é uma questão de direitos humanos e, como tal, não é localizada, é abrangente. Ela envolve todo o nosso país, nossas crianças, nossos jovens e nossos adultos, pois eles serão os aposentados de amanhã. Aliás, nos próximos anos o nosso país terá a maior população de idosos do mundo.
Há anos venho defendendo os direitos dos aposentados e pensionistas. Às vezes, esta luta causa angústia, faz chorar, pois me deixa impossibilitado de agir. Fico de mãos amarradas, sozinho, tentando subir a montanha mesmo com desmoronamentos. Mas, vejam bem, jamais vou desistir.
A questão dos aposentados e pensionistas, esses mesmos que muitas vezes são figurinhas carimbadas dos comediantes e chargistas do nosso país, é de direitos humanos, sim! Sim, minha gente… direitos humanos porque todos conhecem a aquarela de tintas derretidas que é a situação deles. Eles, que deram o suor pelo desenvolvimento do país, que têm marcas nas mãos e sulcos no rosto, fazem das “tripas coração” para sobreviver… Muitos morrem, por não terem dinheiro para comprar medicamentos ou nas filas dos hospitais. Portanto, creio que está na hora de o Poder Executivo avançar e dar uma atenção maior à situação do fundo Aerus e aos projetos que propus, e que já aprovamos no Senado, para acabar com o fator previdenciário e para corrigir os benefícios dos aposentados e pensionistas pelo mesmo índice do salário mínimo.
E assim, podem crer, continuarei sempre cantarolando José Martí: Nos campos verdes,/ És campo de primavera./ De onde crescem as faunas,/ E antes de morrer espero,/ Cantar em versos minha alma,/ Meu verso de verde claro,/ Que sobre as cinzas da vida,/ Meu verso é um ser ferido,/ Que busca no monte, amparo.
Artigo publicado no jornal Zero Hora, em 02/02/12