O Brasil tem uma mulher no Comando do Executivo, mas ainda há problemas para que as mulheres ocupem o lugar de destaque que lhes cabe no cenário nacional. Essa é a avaliação da senadora Ana Rita (PT-ES), que é relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai investigar a violência contra as mulheres.
Ana Rita chamou atenção, nesta quinta-feira (29/02), no plenário do Senado,
para a disparidade entre o aumento da representação feminina na política e a pouca representatividade com que esse grupo conta no Congresso Nacional brasileiro. Esta preocupação foi tema de debate na reunião do Comitê para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (Cedaw) da ONU.
Durante o encontro do Cedaw, em Genebra, na Suíça, Ana Rita defendeu reformas que estabeleçam voto em lista com paridade entre mulheres e homens e financiamento público de campanhas. “Defendi uma reforma política que assegure maior participação das mulheres nos espaços de poder” afirmou a senadora, que destacou a grande conquista que representa a eleição da primeira mulher presidenta do Brasil.
Além da presidenta, o governo tem hoje dez ministras, a maior representação histórica em cargos de ministérios do País. Em contrapartida, a bancada feminina na Câmara Federal representa apenas 8,77% do total da Casa, com 45 deputadas. Já no Senado, há apenas 12 senadoras, dentre os 81 lugares.
Ana Rita relatou que a representante do Brasil nos organismos internacionais em Genebra, Maria Nazareth Farani, destacou que o número de Deputadas e Senadoras é muito baixo, apesar de as mulheres serem a maioria da população. “Precisamos reconhecer que, nesse tema, o Brasil não conseguiu avançar muito. Podemos avaliar que conseguimos um avanço em termos qualitativos, mas ao em termos quantitativos, que também é importante para aumentar a representação política das mulheres”, disse a senadora.
Violência – A confirmação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da constitucionalidade da Lei Maria da Penha, decisão elogiada pelo comitê, foi classificada por Ana Rita como um dos grandes êxitos da ministra Iriny Lopes na Secretaria de Políticas para as Mulheres. “A decisão do STF, não tenho dúvidas, coroou a gestão da ministra Iriny Lopes, na SPM”, afirmou.
Com Assessoria de Imprensa da senadora Ana Rita e informações da Agência Senado
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