Os senadores petistas se revezaram na tribuna na tarde desta quinta-feira (08/03) para homenagear o Dia Internacional da Mulher. O líder da bancada, Walter Pinheiro (BA), fez questão de nomear, uma a uma, as parlamentares da Casa. Depois, citou as mulheres de sua família e a importante participação do sexo feminino neste momento político brasileiro em que a uma mulher foi entregue a chefia do Executivo. Paulo Paim (RS) usou um texto de Rubem Alves para homenagear as mulheres e reforçar o pedido pelo fim da violência. Marta Suplicy (SP) fez questão de destacar a importância do encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e a primeira-ministra da Alemanha, Ângela Merkel, na maior feria internacional de tecnologia. E Ana Rita (ES) lembrou a importância do voto feminino, a conquista da independência e homenageou as mulheres que marcaram época e conseguiram avanços para todo o gênero feminino.
Protagonismo
Marta Suplicy realçou o protagonismo alcançado pelas mulheres nas mais diferentes esferas, seja política, econômica, cultural e que isso não se limita às fronteiras brasileiras, mas que no mundo todo “vemos as mulheres galgando espaços e lugares de extrema relevância”.
“Nós testemunhamos um encontro que, para mim, foi extremamente importante e que talvez tenha passado batido para a maioria das pessoas, que tem um significado e por isso hoje também resgato para a luta das mulheres neste 8 de março”, disse ao enfatizar que o evento tinha neste ano teve o Brasil como convidado especial. “Esse encontro envolve duas das mulheres mais poderosas do mundo”, completou Marta.
A senadora ainda lembrou que, no ano passado, a revista Forbes incluiu Dilma e Merkel entre as três mulheres de maior poder e influência no mundo.
E chamou atenção para a presença preponderante de mulheres à frente das discussões sobre a condução da crise financeira mundial. Além de Dilma e Merkel, está a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, a primeira mulher a presidir também o Fundo desde a sua criação em 1944.
Conquistas
Ana Rita fez uma reflexão sobre as conquistas dos direitos da mulher. “É preciso lutar, também, pela equidade salarial entre homens e mulheres. E ressaltou os projetos e ações em prol da igualdade feminina, como o lançamento do Programa Pró-Equidade de Gênero e de Raça, e o projeto de sua autoria, aprovado nessa quarta-feira pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) que prevê mais dois meses de seguro-desemprego para mulheres chefes de família.
“As mulheres são mais suscetíveis a perder seus empregos. Nosso projeto vem minimizar os problemas do desemprego feminino. Com mais tempo de seguro-desemprego, a mulher terá mais tranquilidade de procurar outro trabalho.”
Esperar sentada
Paulo Paim falou de uma mulher que não está mais disposta a “esperar sentada”, que não se abala com o discurso fácil e exige ação. “O que o essa mulher gostaria de ver: o fim da violência contra as mulheres com a aplicação, de verdade, da Lei Maria da Penha.
Essa mulher gostaria de ver o respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente; o respeito ao Estatuto do Idoso, ao Estatuto da Igualdade Racial para que ninguém, ninguém seja discriminado por ser negro, branco, índio ou cigano; o respeito a nossa Constituição e à CLT. E que parem de dizer que a Previdência é falida e têm que aumentar a idade para a mulher se aposentar”, garantiu.
O senador gaúcho prosseguiu perguntando: “O que essa mulher quer? Ela quer a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, que beneficia 28 milhões de brasileiros e está parado na Câmara. Ah, como ela gostaria de ver aprovado o Estatuto dos Povos Indígenas; como ela gostaria de ver aprovado o Estatuto da Juventude e como seria bom se ela pudesse ver aprovado, lá na Câmara, o fim do fator previdenciário, e uma política decente de reajuste dos benefícios dos aposentados e pensionistas e que os meus velhos amigos, homens e mulheres do AERUS, também fossem contemplados”.
Nas galerias do Senado, 40 mulheres, representantes de países africanos e asiáticos acompanhavam os pronunciamentos.
Giselle Chassot