A morte de quatro funcionários no curtume de Bataguassu, no estado do Mato Grosso, será discutida em audiência pública da Comissão de Direitos
Curtume é o nome dado ao local onde se processa o couro cru deixá-lo utilizável para a indústria e o atacado. Durante o tratamento das peles, há um processo químico do curtimento.
“Nós queremos discutir esse assunto, porque esse tipo de produto é usado em todos os curtumes do Brasil e do mundo. Tem que haver uma preparação de quem vai trabalhar com esse produto da mais alta qualidade. Qualquer descuido pode levar dezenas de pessoas à morte”, explicou o senador Paulo Paim, presidente da CDH.
O acidente, que ocorreu no último dia 31, em Bataguassu, matou quatro trabalhadores e deixou outros 28 intoxicados. Segundo o corpo de bombeiros local, houve uma reação química com o ácido dicloro propiônico, no momento em que ele era descarregado no tanque. A reação química queimou todo o oxigênio do local, matando assim os trabalhadores. “Pelo que eu soube, acidentes deste tipo já ocorreram em diversos curtumes, inclusive envolvendo mortes”, lembrou o senador.
Vão participar da audiência representantes do Ministério da Saúde, dos trabalhadores do setor, Ministério do Trabalho e empresariado. Para o senador Paim, esse será o momento de construir sistemas de segurança que, efetivamente, protejam os trabalhadores do setor. “Vamos aprofundar o debate sobre uma situação, que é gravíssima, e até buscar outras alternativas para a limpeza de couro”, afirmou Paim.
A audiência pública será realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, às 9 horas.
Eunice Pinheiro
Ouça a íntegra da entrevista do senador Paulo Paim
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