O senador Paulo Paim (PT-RS) denunciou nessa terça-feira (16) em pronunciamento o racismo estrutural ainda existente no país, apesar das políticas afirmativas adotadas por diversos governos para beneficiar negros, indígenas e ciganos. Para ele, o preconceito e a discriminação podem ser sentidos no dia a dia, na falta de moradia decente, no fato de o negro e o pobre serem vigiados até quando caminham, na tortura e nos assassinatos nas favelas e periferias, onde a repressão é oficial.
Ao lembrar casos recentes de crianças e adolescentes mortos em ações policiais, o parlamentar destacou que é preciso acabar com a cultura do “atira primeiro e pergunta depois”. E ressaltou que o Brasil necessita de uma polícia que saiba lidar com as pessoas, que tenha compromisso com o social e que seja mais humanizada, que esteja aí para proteger o cidadão.
Paulo Paim pediu uma discussão permanente sobre esses temas e não apenas quando ocorrem fatos impactantes em outros países, para que assim possamos superar o racismo.
“O debate tem que ser permanente, pacífico, inclusivo, educador, orientador e libertador. Não suportamos mais essa cultura estrutural do estado de violência e impunidade. Há grilhões que temos que romper e há feridas que estão expostas, que ainda não cicatrizaram”, afirmou.