A curva de novos casos e mortes por covid-19 no Brasil, após mais de um mês de recuo, volta a subir. O Brasil registrou 756 mortes por pela infecção nas últimas 24 horas, de acordo com boletim divulgado no início da noite de hoje (18) pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Foi o maior número de mortes no período desde o dia 6 de outubro. O número de novos casos registrados foi de 34.091. Desde o início da pandemia no país, em março, são 167.455 mortos e 5.945.849 infectados Os números são seguramente maiores, já que o Brasil testa muito pouco sua população.
No Rio de Janeiro, de acordo com boletim da Secretaria de Saúde estadual, houve um aumento de 89% na média móvel (em cinco dias) de mortos. Foram mais de 220 óbitos nas últimas 24 horas no estado, um número não visto desde julho. Já a média de casos subiu 43% desde o início deste mês. A taxa de ocupação de leitos públicos de UTI passa dos 80% na capital carioca. De todos os leitos destinados à covid-19, 90% deles estão ocupados.
Em São Paulo, a situação também é preocupante, conforme seguidas reportagens da RBA desde o dia cinco deste mês. Entre os hospitais privados do estado, a situação é similar ao pior momento da pandemia, entre maio e junho. A cidade de São Paulo tem mais de 400 pessoas em UTI com covid-19, maior número em 30 dias.
Em Santa Catarina, hoje (18) foi o dia com maior número de casos desde o início da pandemia. Foram 5.178 infectados em 24 horas. O estado ultrapassou 300 mil casos da doença no mesmo dia em que a governadora interina Daniela Reinehr, apoiadora de Bolsonaro, testou positivo para a doença.
Perspectivas
“Se isso vai ser uma segunda onda ou não, vai depender das nossas atitudes. Se deixarmos o vírus circular, vamos ter forte alta novamente (…) Europa: passa por um momento de mortes que já é igual ao do começo do ano. Brasil: Me espera! Olha o que foi o verão da Europa. E como os casos subiram agora. Nosso verão não terá tão poucos casos. E 2021, como será?”, alerta o biólogo e divulgador científico Átila Iamarino, em seu perfil no Twitter.
De acordo com dados do Imperial College de Londres divulgados ontem, a pandemia no Brasil voltou ao descontrole, após quase dois meses de recuo. Com as altas taxas de transmissão e a proximidade do fim do ano, com aglomerações típicas, o cenário é ameaçador. “Acho que temos um aumento de casos. Isso se torna uma segunda onda se não agirmos. Ainda tem férias, ainda tem festas, tem muita demanda por circulação que devem fazer os casos aumentarem”, completa Átila.