Em pronunciamento nessa terça-feira (9), o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que o aumento da violência contra as mulheres, durante a pandemia, fez com que elas tivessem pouco o que comemorar neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Por causa da crise sanitária e o consequente isolamento social, o tempo de convivência delas com possíveis agressores aumentou, disse, lembrando que 58% dos casos de feminicídio são praticados por pessoas próximas às vítimas, como companheiros ou ex-companheiros.
Paim destacou que o crime vitima uma mulher a cada 7 horas no país, índice que coloca o Brasil como o quinto no ranking de nações que mais matam mulheres. Ele advertiu ainda que a parcela feminina negra é a que mais sofre, pois corresponde a 61% das vítimas. Também houve um aumento de 59% no número de denúncias de violência doméstica praticada contra mulheres idosas, evidenciando que nem sempre a casa é o local mais seguro, alertou.
Além do aumento da violência física durante a pandemia, disse o senador, outros retrocessos foram registrados nesse período, como a exclusão de 8,5 milhões de mulheres do mercado de trabalho e o reforço da ideia de feminização do cuidado: “Atribuiu-se a responsabilidade de cuidar para a mulher, sendo que o desafio é mostrar que o cuidado é uma responsabilidade coletiva, não existe algo inerente à natureza feminina ligada a ele. As mulheres dedicam quase o dobro de horas semanais aos afazeres domésticos do que os homens”.
O senador destacou, no entanto, algumas iniciativas positivas adotadas nos últimos meses. Um exemplo, citou, é a entrada em vigor da Lei 14.022/2020, que determina o pleno funcionamento, durante a pandemia, dos órgãos de atendimento a mulheres em situação de violência doméstica e familiar, a crianças, a idosos e a pessoas com deficiência vítimas de crimes tipificados nos Estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso e da Pessoa com Deficiência, além do Código Penal.