O Brasil está em situação de descontrole, em meio a maior catástrofe sanitária de sua história. E tudo obra do presidente da República, seu gabinete paralelo da morte e seus ministros negacionistas. É preciso chorar e lamentar a morte de meio milhão de brasileiras e brasileiros, a maior tragédia da história da Nação. Um trauma gigantesco que marcará nossas vidas para sempre.
Nossos irmãos que pereceram pela omissão criminosa do governo não voltarão mais. Tudo o que eles eram e tudo aquilo que ainda poderiam ser perdeu-se na eternidade. Ficaram a dor e o desespero de seus familiares e amigos. Temos de reagir.
A história vai cobrar de todos nós a reação ao governo da morte. A dor e desespero contínua e sadicamente reavivados pelo desrespeito sociopático de Jair Bolsonaro, que promove aglomerações, se recusa a usar máscaras e lança mão do curandeirismo de medicamentos sem eficácia. Tudo isso precisa ser rechaçado. E Bolsonaro precisa responder pelo crime de não ter comprado vacinas a tempo e em volume suficiente. Foi ele quem jogou propositalmente a população nos braços da Morte para tentar conseguir uma imunidade de rebanho. Destruiu vidas para preservar a economia e os negócios.
O governo de sociopatas comemora um pífio crescimento do PIB, acompanhado de um grande aumento do desemprego, da inflação e da fome. Não se lamenta, porém, o terrível empobrecimento em vidas, em sonhos, em esperança. É impossível precificar a tragédia. Não há PIB capaz de compensá-la.
O pior de tudo é que toda a imensa tragédia que a Nação brasileira vive era, em sua maior parte, evitável. De acordo com os cálculos de epidemiologistas, como Pedro Hallal, três em cada quatro mortes de Covid-19 no Brasil poderiam ter sido evitadas, caso o governo simplesmente tivesse seguido as recomendações da ciência para o combate à pandemia.
O presidente da República, no entanto, preferiu fazer o contrário, como a CPI da Covid está revelando, com depoimentos e provas materiais. O Palácio do Planalto preferiu abandonar a população à própria sorte e estimulá-la a sair às ruas sem nenhum cuidado, de modo a que se obtivesse uma imunidade de forma rápida e “natural”, mesmo que ao custo de muitas vidas humanas.
No início da pandemia, o chefe do gabinete paralelo da Morte, Osmar Terra, afirmou que apenas 800 brasileiros morreriam. Hoje, já são meio milhão, e a conta macabra só aumenta. Desse meio milhão, 375 mil eram mortes evitáveis. Mortes provocadas não pelo vírus, mas pelo governo.
Muitos brasileiros acreditaram e ainda acreditam nessa ficção anticientífica do tratamento precoce. E morreram, alguns sem oxigênio, nos superlotados hospitais do Brasil. Faltou ciência, faltou competência, faltou compaixão, faltou oxigênio. Sobrou indiferença à vida, sobrou cinismo, sobrou enganação, sobrou crueldade.
O Brasil tem apenas 2,7% da população mundial, mas concentra 13% das mortes por Covid-19 do planeta. Somos campeões em morte. E, na irresponsável Copa América, o vírus já é campeão por antecipação.
A verdade é que a população humilde do Brasil serviu de cobaia para um experimento macabro. O experimento da imunidade de rebanho.
Sejamos claros. O governo Bolsonaro cometeu assassinato em massa e crimes contra a humanidade. Vivemos um genocídio e uma política de extermínio comandada pelo Chefe do Estado, que em algum momento terá de ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional.
Só há uma maneira de aliviar a dor das famílias enlutadas: fazer Justiça! Essa é a melhor forma de honrar a memória daqueles que se foram e levar algum conforto aos que ficaram. Os crimes hediondos cometidos por Bolsonaro não podem ficar impunes. Essa é a missão da CPI: fazer Justiça.
Artigo originalmente publicado na Revista Focus