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Segunda fase da CPI mira corrupção na aquisição de vacinas

Colegiado deve focar investigações nesse segundo semestre em suspeitas de corrupção praticadas por membros do governo Bolsonaro na compra de insumos e vacinas. Na mesma semana em que o Brasil ultrapassa 550 mil mortes, País desacelera vacinação e capitais ficam sem vacinas
Segunda fase da CPI mira corrupção na aquisição de vacinas

Foto: Alessandro Dantas

A cúpula da CPI da Covid definiu calendário para o retorno dos trabalhos da comissão em agosto, após o recesso parlamentar. A agenda prevê que, na semana da retomada, sejam ouvidos personagens centrais nas negociações de compra de vacinas pelo governo Bolsonaro.

Os depoimentos devem manter o foco na atuação da Precisa Medicamentos e da Davati Medical Supply, que atuariam como intermediárias para contratos da Covaxin e da Astrazeneca.

Na terça-feira (3), a CPI realizará a votação de requerimentos e o depoimento do reverendo Amilton Gomes de Paula. Ele teria sido autorizado pelo governo Bolsonaro a negociar 400 milhões de doses da Astrazeneca com a Davati, no escândalo sobre a cobrança de propina de 1 dólar por dose.

No dia seguinte será ouvido Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos.

Na quinta-feira, será realizada a oitiva do advogado e representante da Precisa Medicamentos, Túlio Silveira.

A CPI teve seu prazo de trabalho prorrogado por mais 90 dias na semana que antecedeu o recesso parlamentar. Assim, os trabalhos poderão se estender até o início de novembro. Em entrevista para a Globonews, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que nessa etapa os parlamentares deverão se debruçar sobre os indícios de corrupção na compra de vacinas e insumos praticados por integrantes do governo Bolsonaro.

“Eu imagino que toda essa parte relativa à condução que o governo [Bolsonaro] deu ao enfrentamento à pandemia já há elementos suficientes para se fazer um relatório robusto que possa inclusive envolver pessoas do governo, o próprio presidente da República e outros protagonistas desse processo”, disse. “Acredito que vamos precisar agora é nos dedicar mais a esse último item que surgiu e diz respeito a possibilidade de atos de corrupção na aquisição de insumos, de vacinas e a cada dia que passa vai se tornando mais evidentes como fato”, completou o senador.

Capitais suspendem vacinação
Coincidência, ou não, ao menos dez capitais brasileiras estão com a aplicação da primeira dose da vacina contra a Covid-19 suspensa hoje devido à falta de imunizantes.

No final do mês passado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que toda a população adulta do Brasil teria a oportunidade de receber a primeira dose da vacina contra o coronavírus até o fim de setembro. Apesar da promessa, estados e municípios seguem a rotina da falta de imunizantes e a falta de planejamento e gestão do governo.

“Governo genocida. Preferiu a corrupção à compra de vacinas suficientes para todos. E é o povo brasileiro que paga a conta”, criticou o senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT.

A desaceleração no ritmo vacinal acontece no momento que o Brasil atinge 550.502 mortes pela doença e a maior notificação de casos detectados com a variante delta, mais transmissível que as anteriores.

“No dia que o Brasil ultrapassou a marca de 550 mil mortos por Covid-19, capitais brasileiras interromperam a aplicação da primeira dose por falta de vacinas. O legado de morte de Bolsonaro parece não ter fim”, criticou o senador Humberto Costa.

Com informações de agências

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