O nome da médica e missionária Zilda Arns será inscrito no Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria, conforme decisão tomada nesta quinta-feira (19) pela Comissão de Educação (CE) do Senado. O texto, que contou com o apoio do PT no Senado, é de autoria da senadora Zenaide Maia (Pros-RN) e foi aprovado em definitivo, seguindo direto à Câmara dos Deputados.
Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Jean Paul Prates (PT-RN) celebraram a aprovação. Paim relatou o orgulho de ter recebido Zilda Arns em duas audiências públicas na Comissão de Direitos Humanos (CDH), no período em que era presidida por ele.
“Zilda Arns é uma heroína da humanidade. Jamais vou esquecer que, quando ela falava da sua caminhada, o silêncio era total e as palmas vinham no momento certo, em respeito àquela mulher que estava ali representando as políticas humanitárias no mundo”, relatou.
Por sua vez, Jean Paul mencionou o fato de a homenageada ser reconhecida pela igreja católica pelo requisito chamado “fama de santidade”, que segundo ele “cabe às pessoas que desempenharam obras admiráveis ou cuja vida serve de referência ou testemunho para os demais católicos”.
Autora da proposta, Zenaide Maia, também médica sanitarista, ressaltou a importância do trabalho de Zilda Arns para amenizar a desnutrição infantil, que chegou a representar 70% das causas de internação hospitalar de crianças.
“A Pastoral da Criança teve um papel importantíssimo em amenizar essas desnutrições, salvando muitas vidas infantis. O que me chamava a atenção era o poder de convencimento e de agregação que doutora Zilda tinha. Uma mulher humana, de espírito coletivo, que tinha certeza de que o caminho era agregar as pessoas”, afirmou.
Sobrinho da homenageada, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) lembrou que a Pastoral da Criança foi criada por Zilda há 39 anos e se expandiu como metodologia para outros países. “Hoje ainda, no Brasil, acompanha perto de 1 milhão de crianças de comunidades vulneráveis”, destacou.
Médica sanitarista e pediatra, Zilda Arns foi a fundadora da Pastoral da Criança no Brasil e da Pastoral da Criança Internacional, que dirigiu até o seu falecimento. Ela também fundou e coordenou a Pastoral da Pessoa Idosa.
A partir de intenso trabalho social, que mobilizou centenas de milhares de voluntários, estima-se em milhões o número de crianças brasileiras e estrangeiras resgatadas de condições subumanas.
Indicada para o Prêmio Nobel da Paz de 2001, Zilda Arns recebeu diversas honrarias no Brasil e no exterior. Sua luta em defesa dos mais necessitados continuou até a sua morte, ocorrida durante o terremoto que assolou o Haiti, no início do ano de 2010, ocasião em que ela atuava pela Pastoral da Criança Internacional.