O cerco está se fechando para os bolsonaristas que tentaram golpear o Estado brasileiro no dia 8 de janeiro, inclusive para o mentor intelectual dos atos antidemocráticos que varreram o país nos últimos anos: Jair Bolsonaro. A conclusão é da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Em entrevista ao ICL Notícias, na manhã desta quarta-feira (9/8), Gleisi declarou que as investigações avançam para punir os criminosos, a exemplo do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, e que é dever da CPMI do Golpe contribuir para que todos sejam punidos.
“A CPMI do Golpe tem um papel fundamental, se a gente não tomar medidas duras para defender a democracia, para punir quem fez o que fez no dia 8 de janeiro e nos outros atos que antecederam [a data], vai ser muito ruim para o Brasil”, pontuou a petista.
Ela mencionou o grande grupo de pessoas ligadas a Bolsonaro e que já estão presas, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, entre outros. A imagem dos bolsonaristas foi exibida em um organograma feito pelo ICL. “[É] uma verdadeira quadrilha, ali estão os que conspiraram contra a democracia, contra as instituições, que usaram descaradamente a máquina do Estado no processo eleitoral, é a turma do Bolsonaro, que ele organizou para pretender tomar de assalto o Estado brasileiro nas eleições de 2022.”
Sobre a prisão de Vasques, Gleisi lembrou das primeiras denúncias, dois dias antes do segundo turno das eleições de 2022, no dia 30 de outubro, de que a PRF tramava para impedir eleitores de Lula de votar no Nordeste. “E nós amanhecemos no domingo da eleição exatamente com essa operação da PRF, que envergonhou muito a categoria, direcionada ao Nordeste, para não deixar as pessoas irem votar. Graças a uma ação decisiva do TSE, eles não lograram total êxito mas impediram muita gente de votar”, comentou.
Bolsonaro, o comandante do golpe
Gleisi avaliou que as investigações agora chegam cada vez mais perto de Bolsonaro, o arquiteto do golpe. “Obviamente que essas pessoas não agiram sem comando, por conta própria. Jair Bolsonaro era o grande comandante dessa operação, da tentativa da tomada do Estado brasileiro, inclusive nos atos de 8 de janeiro”, observou a deputada. “A CPMI está mostrando isso, havia um comando político.”
“O que aconteceu no dia 8 de janeiro foi através desse comando, isso já estava sendo planejado naqueles acampamentos na frente do batalhão do Exército”, explicou. “Não tenho dúvidas de que já chegou em Bolsonaro e que seu destino será igual ao de seus amigos e companheiros: a prisão.”
“Mauro Cid envergonhou as Forças Armadas indo prestar depoimento fardado na CPMI, como se isso fosse livrar a cara dele das barbaridades que fez: receptador de joias, vendedor de relógio, depósitos na conta de outros, é um horror, uma vergonha para as Forças Armadas”, espantou-se a deputada.