Sob o governo de Jair Bolsonaro, o país segue em situação de pobreza e precariedade das condições gerais de vida com dignidade. Em pouco mais de um ano e meio, saltou de 19 milhões para 33,1 milhões o número de brasileiros passando fome. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), que envolve seis entidades parceiras, 15,5% da população está em situação de insegurança alimentar grave.
O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), diz que Bolsonaro está conseguindo fazer do país uma nação de famélicos. “É muito grave que a fome tenha crescido 57,3% em um ano e atinja 33,1 milhões de pessoas”, criticou. “Bolsonaro recolocou o Brasil no mapa da fome. É um número superior ao de 1993, quando 32 milhões não tinham o que comer”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) também engrossou as críticas ao governo. “No Brasil de Bolsonaro, 6 em cada 10 famílias não conseguem acesso pleno à alimentação”, denuncia. “A fome só voltará a cair quando o atual governo for derrotado nas urnas, nas eleições presidenciais de outubro”.
O senador gaúcho Paulo Paim (PT) disse que o governo está maltratando a população brasileira. “Este é o Brasil do desgoverno, da omissão, da maldade, da falta de políticas públicas humanitárias”, criticou. Ele disse que a política de Paulo Guedes só trouxe ruína ao Brasil. “O país vive com desemprego crescente, inflação alta e a carestia empurrando as pessoas para as ruas e para a miséria”.
Os dados apurados na pesquisa são assustadores e mostram um quadro de calamidade social grave provocado pela política ultraliberal adotada pelo país desde o Golpe de 2016, quando Dilma Rousseff foi derrubada da Presidência da República por um impeachment fraudulento. Mais da metade da população brasileira convive com insegurança alimentar em algum grau, o que representa 125,2 milhões de brasileiros. O problema da fome aparece mais no campo, onde 60% dos domicílios relataram algum tipo de dificuldade —18,6% com insegurança alimentar grave.
A Rede Penssan mostra ainda que que as famílias negras e chefiadas por mulheres são as mais atingidas: 65% dos domicílios comandados por pessoas pretas e pardas convivem com restrição de alimentos em qualquer nível. E 63% dos lares com responsáveis mulheres apresentaram algum patamar de insegurança alimentar.
Os parlamentares do PT apontaram que a vitória de Lula em outubro pode reverter o atual quadro de miséria social que atinge o país. “Ter o direito a fazer três refeições por dia é o mínimo que nosso povo merece”, disse o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “Não podemos aceitar enquanto tantos lutam para se alimentar na fila do osso, alguns poucos tenham acesso a picanha. É com Lula que iremos sair do mapa da fome de novo”.
O próprio Lula usou hoje as redes sociais para lembrar que, quando assumiu o governo, em 2003, tinha como principal meta, colocar comida na mesa dos brasileiros. “Quando tomei posse em 2003, minha meta era simples: garantir três refeições por dia para os brasileiros. E tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Mas infelizmente nosso país andou para trás e o flagelo da fome voltou para 33 milhões de pessoas. Vamos ter que reconstruir nosso país”, disse o ex-presidente.