O Senado Federal adiou para o dia 17, por 50 votos a 21 e nenhuma abstenção, a votação sobre o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), para aguardar a decisão do STF marcada para o dia 11 de outubro.
“Mantendo nossa coerência, eu declaro aqui que a nossa posição é que a gente espere o julgamento do Supremo Tribunal Federal no próximo dia 11”, anunciou o senador e líder da bancada do PT, Lindbergh Farias.
“Não deixa de ser interessante escutar aqui o PSDB e alguns Parlamentares falando de abusos do Judiciário, de respeito à Constituição, de crise institucional, de Estado democrático de direito. Só agora os senhores se deram conta do que está acontecendo no País?”, questionou o senador Lindbergh Farias.
O adiamento atendeu aos requerimentos apresentados pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), pelo líder da bancada do PT, senador Lindbergh Farias, e pelos senadores José Pimentel (PT-CE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Cristóvam Buarque (PPS-DF).
Também fizeram uso da palavra os senadores Humberto Costa (PT-PE), Jorge Viana (PT-AC) e a senadora e presidenta nacional do partido, Gleisi Hoffmann, que defenderam a Constituição, a independência entre os Poderes e criticaram o senador Aécio Neves – vejam os vídeos abaixo.
“Fomos coerentes quando aqui foi julgado o pedido de prisão do Senador Delcídio do Amaral. Enfrentamos com coragem, sofremos um desgaste profundo porque defendíamos exatamente a independência dos Poderes e o respeito às prerrogativas do mandato parlamentar”, lembrou o senador Humberto Costa.
Para o senador Jorge Viana, “o Congresso, a Câmara têm que tomar uma atitude para vencermos esse período difícil. E, para mim, o bom senso não é um enfrentamento com o Supremo nesse momento; é ouvirmos, primeiro, o Pleno do Supremo; depois debatermos aqui se é possível o Código de Processo Penal se sobrepor à Constituição”.
Denunciando a sequência de ataques do acusado Aécio Neves desferidos contra o PT e o presidente Lula, a senadora Gleisi afirmou que “nós temos que cobrar a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal como guardião da Constituição e para que ele também resguarde a autonomia e a independência dos Poderes”.
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