Aldo Rebelo afirma que Brasil estará pronto para os grandes eventos

Ministro que esteve em audiência pública da Comissão de Educação destacou obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Segundo Rebelo, com os grandes eventos
esportivos, o País aproveite para dar um salto
de desenvolvimento em portos, aeroportos,
infraestrutura, telecomunicações

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo esteve na Comissão de Educação (CE) do Senado, nesta terça-feira (09), para relatar preparação do Governo Federal para os grandes eventos que começam a ocorrer neste ano em solo brasileiro. Aldo Rebelo, em sua fala inicial, destacou que neste ano, o Ministério completa dez anos de existência autônoma, antes vinculado ao Ministério da Educação e posteriormente ligado ao Ministério do Turismo.

“O Brasil vive o décimo aniversário de criação do Ministério do Esporte. O Ministério passou a ganhar autonomia na gestão do presidente Lula, em 2003. E, quando o Brasil se avizinham dois dos maiores eventos esportivos do mundo, o tema esporte ganha relevância não apenas na agenda institucional, mas também na sociedade”, disse o ministro que, ressaltou a atenção aos eventos internacionais, além das tarefas classificadas como ordinárias da pasta.

Geração de emprego na Copa do Mundo
Sobre o chamado legado dos eventos, o ministro citou números de consultorias independentes que apontam para a geração de empregos em decorrência dos eventos e destaca a modernização dos estádios brasileiros, além daqueles que estão sendo construídos.

“Consultorias independentes avaliam que a Copa e as Olimpíadas tem capacidade de geração de 3 milhões de empregos. Alguns desses empregos já são realidade. Para cada dólar investido pelo setor público, estima-se que 1,4 dólar é investido pelo setor privado”, apontou. “A FIFA reconhece que os estádios brasileiros estão sendo construídos com o que existe de mais moderno na engenharia mundial. Nós também temos preocupação com a sustentabilidade. Os novos estádios têm a sua própria fonte de energia solar, se preocupando em repassar o excedente de energia gerada”, explicou.

Obras de mobilidade e legado dos grandes eventos
De acordo com Aldo Rebelo, as obras que estão sendo realizadas sob o Regime de Contratação Diferenciada (RDC), não estão sendo realizadas apenas para a Copa do Mundo e Olimpíadas.

“As obras retiradas do Programa de Aceleração do Crescimento seriam realizadas independentemente da Copa. O País estava se preparando

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  Consultorias independentes avaliam que a Copa
  e as Olimpíadas tem capacidade de geração de
  3 milhões de empregos. Estádio Fonte Nova

para crescer”, disse o parlamentar, que apontou como exemplo os equipamentos que estão sendo adquiridos pelo Governo Federal para a segurança durante os eventos. “Existem equipamentos de segurança pública que após os eventos serão doados para os estados. Assim como a estrutura de comunicações, inclusive o 4G, que vai beneficiar a população, comerciantes, empresários. A Copa é um evento prioritariamente privado, apesar dos investimentos públicos que se focam em áreas de interesse público”, destacou.

O ministro ainda explicou que existe um esforço do Governo Federal para que o Brasil não perca a oportunidade de ter melhoria na qualidade na prestação de diversos serviços que serão utilizados pela população após os eventos.

“Equilibrar um País tão desigual quanto o Brasil, é preciso à ação da mão do Estado. Estamos trabalhando para que o Brasil não tenha apenas um momento sublime durante esses eventos. Mas que o País aproveite para dar um salto de desenvolvimento em portos, aeroportos, infraestrutura, telecomunicações. Nada disso será levado pelas representações dos países que estarão aqui”, disse.

O ministro Aldo Rebelo ainda ressaltou que, assim como está sendo feito com todos os estádios da Copa do Mundo, os aeroportos brasileiros terão toda estrutura adaptada para atender as necessidades de turistas que possuam algum tipo de deficiência ou atletas com deficiência, no caso dos Jogos Paralímpicos, que também ocorrem no Rio em 2016.

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Existe um esforço do Governo Federal para que
o Brasil não perca a oportunidade de ter melhoria
na qualidade na prestação de diversos serviços.
Estádio Castelão

Lei Geral da Copa
A aprovação da Lei Geral da Copa, aprovada pelo Congresso Nacional no ano de 2012, foi considerado “um momento importante para a realização da Copa do Mundo”, segundo Rebelo. Para ele, os parlamentares ajudaram na aprovação, discussão e propondo emendas ao projeto.

Questionado sobre a comercialização de bebidas após a Copa do Mundo nos estádios brasileiros, o ministro explicou que essa é uma tarefa que cabe ao Congresso definir.   

“A comercialização da cerveja era uma exigência para todos os candidatos a sede da Copa. Em Londres, durante a Olimpíada, o que mais se vendeu em Wembley foram cervejas. O Congresso votou uma exceção para a Copa. Existem exceções para os grandes eventos. Não sei se a proibição no Brasil foi feita a partir de uma pesquisa. Mas, eu fico com a impressão de que aqueles que vão aos estádios para brigar, não bebem e se preservar para o momento do conflito. O Congresso tem mais condições de avaliar a questão da bebida, se mantém a proibição, se permite apenas o consumo antes e durante o intervalo das partidas ou se libera”, argumentou.

O ministro ainda disse aos senadores que, ao contrário de algumas afirmações, a Lei Geral da Copa não obriga as escolas a promoverem férias no mesmo período da Copa do Mundo. Apenas abre esta possibilidade, se os governos estaduais acharem necessário adotar essa prática. 

Profissionalização da gestão esportiva
O ministro Aldo Rebelo também abordou, durante a audiência pública da CE, que a gestão esportiva no Brasil não dará um salto de qualidade, apenas com a construção de novas arenas esportivas. Para, ele, principalmente na gestão esportiva, diversas mudanças precisam ser implementadas.

“A construção de novas arenas, a modernização de estádios existentes, somados a limitação de tempo de mandato e a modernização da gestão no esporte fará com que o País alcance um novo patamar no esporte”, disse.

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Para Aníbal, as obras das arenas da Copa
do Mundo poderão profissionalizar o futebol
em diversas regiões do País

O senador Aníbal Diniz (PT-AC), em sua participação, parabenizou o ministro do Esporte pelo seu trabalho na condução da pasta e disse acreditar que as obras das arenas da Copa do Mundo poderão profissionalizar o futebol em diversas regiões do País.

“Em relação à Copa, vejo um grande esforço do ex-presidente Lula de trazer o evento para o Brasil, mesmo com o grande investimento que o Brasil necessita fazer. O legado, eu creio que será positivo, mas será um trabalho de todos nós. O Amazonas hoje não possui um time nem na Série C do Campeonato Brasileiro. Mas creio que nós podemos, a partir da construção da arena, trabalhar para fortalecer o esporte naquela região”, disse o senador.

Jogos Olímpicos Rio 2016
Ao contrário da Copa do Mundo, o ministro Aldo Rebelo disse que os Jogos Olímpicos que serão realizados na cidade do Rio de Janeiro em 2016, receberão um maior aporte de recursos públicos, não somente na construção de toda

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  “Só haverá Olimpíada verdadeiramente
  nacional, quando o Brasil todo tiver uma
  estrutura básica, mínima para a prática do
  esporte”. Obra Porto Maravilha

infraestrutura necessária para a realização das competições, mas, porque o Governo Federal também financia a formação de atletas.

“Nós esperamos que a realização dos Jogos no Brasil possa formar uma consciência esportiva. Estamos cobrindo cinco mil quadras existentes, ampliando os programas de acesso a atividade física, criando novos espaços. O que importa é o que ficará para o Brasil após a realização da Olimpíada. Construiremos 30 centros de iniciação ao esporte”, explicou.

Rebelo ainda destacou que, a exemplo da Copa do Mundo, as obras dos Jogos Olímpicos também visam à redução de desigualdades regionais na área esportiva. Neste caso, o Ministério do Esporte promove a construção de equipamentos esportivos, não só na cidade que receberá os Jogos.  

“Nós somos um País marcado por muitas desigualdades. Mais da metade dos estados não dispõe de uma pista de atletismo, de uma piscina olímpica. O Brasil precisa adotar políticas de redução das desigualdades regionais. As políticas públicas precisam proteger os estados de formação de atletas de alto rendimento. Mas, também precisam alcançar estados como Roraima e Acre. Só haverá Olimpíada verdadeiramente nacional, quando o Brasil todo tiver uma estrutura básica, mínima para a prática do esporte”, ressaltou.

Rafael Noronha

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