Ana Rita preside Comenda de Direitos Humanos

Como presidente do Conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, a senadora Ana Rita presidiu a cerimônia de premiação dos agraciados, ocorrida no Senado Federal na última terça-feira (13/12). Ela fez um breve relato sobre a vida de Dom Hélder Câmara, que deu nome à comenda, e também sobre todos agraciados.

“A comenda é entregue a brasileiros que, como Dom Hélder, dedicam a vida a defender uma sociedade mais humanista. Todos eles construíram uma História da qual podem se orgulhar. São indivíduos que souberam, como poucos, vivenciar a excelsa experiência da contínua doação, da entrega desinteressada ao próximo, como autênticos instrumentos da justiça e mensageiros da paz”, disse a senadora.

Ana Rita afirmou que Dom Hélder Câmara “jamais se apequenou” na luta pela construção de uma sociedade justa e fraterna, transformou-se no eterno peregrino da liberdade, a percorrer o mundo. “Dom Hélder ensinou-nos que ‘o deserto é fértil’. Que não há solo tão árido que impeça a germinação da semente. Que não há noite tão densamente escura que proíba o romper da alvorada.”

Conheça os agraciados com a comenda:

Ministro Carlos Ayres Britto

Nascido em Propriá, no Sergipe, Graduado em Direito pela Universidade Federal do Sergipe, Mestre e Doutor pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Grande parte de sua trajetória foi em Sala de Aula, formando aqueles que operariam o direito. Publicou inúmeros livros e artigos, sempre pautados no rigor conceitual da argumentação e na defesa intransigente do humanismo e da democracia. Sua atuação como Ministro do STF e toda sua história comprovam sua luta pela garantia dos direitos humanos e com a humanização do direito. Os votos proferidos naquela corte suprema são verdadeiras aulas, servindo como fonte de estudos para todos que se propõe a lutar pelo direitos humanos. No STF tem se destacado por suas posições invariavelmente favoráveis aos direitos de cidadania e a defesa dos grupos mais vulneráveis.

Dom Eugênio Sales

Vindo da Cidade de Acari, no Rio Grande do Norte, graduado em Filosofia e Teologia. Tornou-se Sacerdote em 1943. Seu grande legado para a sociedade Brasileira é ser um dos criadores das Comunidades Eclesiais de Base e da Campanha da Fraternidade, que utilizam o espaço religioso para modificar a sociedade, para defender os direitos dos mais vulneráveis. Durante o período tenebroso das ditaduras militares na América latina, assumiu a defesa dos refugiados políticos.

Jair Krischke

Gaúcho de Porto Alegre, nascido em 1938, logo destacou-e pela luta em defesa dos perseguidos políticos nos diversos regimes ditatoriais sul-americanos. Fundou o Movimento de Justiça e Direitos Humanos, cujas ações salvaram da tortura, do desaparecimento e do extermínio cerca de 2 mil pessoas. Mesmo sob riscos e ameaças, nosso homenageado não se furtou em lutar pela defesa dos Direitos Humanos. Participou ativamente das campanhas da Anistia, libertação de presos políticos e das Diretas Já. Em 1984 atuou pela nova Constituinte, Reforma Agrária e pela revogação de leis de exceção. Criou o prêmio Direitos Humanos de Jornalismo e fundou, entre outros, O Movimento Popular Anti-Racismo, a Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos e do Movimento de Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Rio Grande do Sul.

 

Dom Marcelo Pinto Cavalheira

 

Nascido em Recife, em 1928, este nobre pernambucano é Mestre em Fiolosofia e em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana – Roma/Itália. Dedicou sua vida a educação religiosa e a preparação de novos sacerdotes. Foi 1º Reitor do Seminário Regional do Nordeste; Assistente Eclesiástico da Ação Católica; Subsecretário do Regional Nordeste II da CNBB; Membro da Comissão Episcopal de Pastoral e, depois, Vice-Presidente da CNBB Nacional.

Dom Tomás Balduíno

Nascido em Posse, no Estado de Goiás, em 1922, Cursou Filosofia em São Paulo e Teologia na França. Cursou Antropologia e Linguística, além de aprender a língua indígena, quando foi nomeado para a Prelazia de Conceição do Araguaia, onde viveu de maneira determinante e combativa os primeiros conflitos com as grandes empresas agropecuárias, que invadiam terras indígenas, expulsavam famílias sertanejas e exploravam trabalho escravo. Sempre atuando em defesa dos mais pobres, o que caracterizava sua atuação sacerdotal. Por esta disposição na luta contra as injustiças, provocou a ira do governo militar e dos latifundiários da região, que perseguiram e assassinaram os líderes de trabalhadores por ele amparados, como o Movimento do Dusto de Vida e a Companhia Nacional pela Reforma Agrária. Foi personagem fundamental na Criação do Conselho Indigenista Missionário e da Comissão Pastoral da Terra.

 

Major-Brigadeiro Paulo César Fonteles De Lima (In Memoriam)

Nascido em Belém, no ano de 1949, Graduou-se em Ciência do Direito, iniciado na Universidade Federal do Pará e, tão logo ingressou na Universidade já demonstrou liderança na luta contra a ditadura. Na década de 70 mudou-se para Brasília com a esposa, e perfilou-se junto a outros estudantes na luta dos movimentos estudantis, sendo preso. Enquadrado pelo 447, que proibia estudantes depois de presos retornarem aos estudos por três anos, assim foi trabalhar na fazendo do irmão. Depois de cumprido esse período retornou à Universidade e, formado, passou a lutar na defesa dos camponeses. Lançou, juntamente com outros companheiros, o jornal Resistência, de combate à ditadura militar. Contribuiu com a Comissão Pastoral da Terra na defesa dos camponeses do Sul do Pará. Por conta desta atuação seu nome passa a constar de listas de marcados para morrer. Em 1982 foi eleito Deputado Estadual e, as ameaças continuavam. Usou seu mandato para denunciar os descalabros do governo militar e a contribuir com a luta campesina, estudantil e dos trabalhadores. Em 1987 as ameaças se concretizaram, e foi assassinado, os mandantes até hoje não foram levados a julgamento.

 

Fonte: Assessoria da Senadora Ana Rita

 

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