Aníbal Diniz alerta: há riscos para as comunidades isoladas no Acre

No Dia do Índio, o senador chamou atenção para denúncia da Funai publicada na BBC Brasil sobre risco de genocídio.

Aníbal Diniz alerta: há riscos para as comunidades isoladas no Acre

Em discurso na tribuna, nesta quinta-feira (19/04), o senador Aníbal Diniz chamou atenção para possíveis riscos para as comunidades dos índios isolados no Acre. Reportagem publicada pela BBC mostra o sofrimento de índios que vivem em comunidades isoladas entre a fronteira do Brasil (Acre) e o Peru, onde a Funai aponta risco de genocídio.

Aníbal Diniz lembrou alerta feito pelo sertanista José Meirelles de que as aldeias isoladas estavam sob ameaça de invasão de madeireiros peruanos. “Hoje, o jornalista João Fellet, enviado especial da BBC Brasil à fronteira Brasil/Peru traz uma ampla reportagem sobre o assunto. Vale a pena eu ler um trecho aqui, exatamente para dizer que este Dia do Índio requer uma preocupação especial”, destacou o senador.

Segundo Aníbal, há alguns problemas acontecendo no estado do Acre: foram comprovados catorze casos de H1N1 entre indígenas da cidade de Feijó, no rio Envira; e, ao mesmo tempo, temos outros problemas, tanto de saúde pública quanto de segurança desses índios isolados.

Dizimados

A matéria, do jornalista João Fellet, diz que o avanço da exploração de madeira e o tráfico de trocas na fronteira entre os dois países ameaça causar um genocídio entre índios que vivem isolados na região, segundo organizações indígenas e indigenistas. De acordo com essas informações, as comunidades estão sendo deslocadas e os habitantes da região (inclusive os não –indígenas) podem acabar dizimados pelas doenças e pelos confrontos armados.

O jornalista ouviu a coordenadora da Funai em Rio Branco, Maria Evanízia dos Santos que relatou o problema. Segundo ela, o quadro se agravará caso obras planejadas por governantes locais saiam do papel. Há planos de construir uma estrada entre as cidades peruanas de Puerto Esperanza e Iñapari, margeando a fronteira com o Brasil, e de fazer uma rodovia ou uma ferrovia entre Cruzeiro do Sul (AC) e Pucallpa, no Peru. Ambas as obras cruzariam territórios de índios isolados.

funai1904“Se eles forem espremidos, vão para cima dos manchineri da TI (Terra Indígena) Mamoadate, que vão se defender. Como há histórico de conflitos, não é leviano falar em risco de genocídio”, disse a Fellet o coordenador-substituto da Funai em Rio Branco, Juan Scalia.

Acredita-se que os índios isolados sejam remanescentes de grupos massacrados e perseguidos durante o período de ouro da borracha. Com o declínio da extração de borracha, eles voltaram a seus territórios.

“Sabemos que eles estão bem, têm comida suficiente e vivem em malocas bem cuidadas”, diz Santos, da Funai, citando informações colhidas em expedições do órgão. Numa delas, em março de 2010, um avião sobrevoou uma aldeia de índios isolados, que atiraram flechas contra a aeronave. As fotos estamparam jornais do mundo todo.

Leia a matéria na página da BBC Brasil
 



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