“Somente os grandes |
A renúncia do Papa Bento XVI é “um exemplo à humanidade” dado por quem “soube respeitar seus limites pensando no bem geral”. A opinião é do senador Paulo Paim (PT-RS), que em discurso ao Plenário, nesta quarta-feira (13) parabenizou o pontífice pela decisão de abandonar o comando da Igreja Católica em função de problemas de saúde. “Foi um gesto nobre e de coragem, um gesto de um grande líder, pois somente os grandes líderes têm a capacidade de tomar esse tipo de decisão”, afirmou o senador.
Na última segunda-feira, o Papa Bento XVI anunciou que deixará o cargo no dia 28 de fevereiro. “Quando um cidadão chega ao entendimento que, em um contexto geral, devido à idade, às condições físicas e à saúde, não está mais em condições de produzir tudo aquilo que gostaria para a humanidade e toma uma decisão como essa, merece as nossas palmas, pois a decisão tomada mostra o compromisso com a população do mundo”, avaliou Paim, que comparou a atitude do pontífice ao desprendimento de Nelson Mandela, que renunciou à disputa da reeleição, na áfrica do Sul, e ao sacrifício de Gandhi, assassinado na luta pela libertação da Índia do Império Britânico.
“Não é fácil abdicar do poder. Foi uma atitude corajosa e honesta” |
O senador Aníbal Diniz (PT-AC) também elogiou o gesto do Papa e registrou o impacto da decisão na opinião pública em todo o planeta. “Não é fácil abdicar do poder. Foi uma atitude corajosa e honesta”. Para Aníbal, a substituição de Bento XVI—que será decidida num Conclave de Cardeia, convocado para 15 de março—poderá representar uma oportunidade para que a cúpula do catolicismo possa “tomar uma decisão menos europeizada”, olhando para as representações da Igreja nos países mais pobres do mundo, como os da África e da América Latina. “Quem sabe não seja a oportunidade de termos um Papa que represente os países dos povos menos favorecidos do mundo?”, sugeriu.
O senador acriano manifestou esperança de que o Vaticano possa vir a ter um dirigente brasileiro. “Novamente surge a esperança de que possamos ter um Cardeal brasileiro – porque tem direito a voto e tem direito a ser votado – na Cátedra de Roma. Quem sabe não seja esta a oportunidade de termos um Papa com maior relação, com ligação mais direta com os povos latino-americanos e quem sabe até um Papa brasileiro?”.