Aníbal pede nova atitude dos homens para elevar participação feminina

Aníbal: se dependermos apenas das mulheres, não vamos ter mudança, porque elas são minoriaConfirmando que o crescimento da participação da mulher no Congresso é uma das principais pautas de seu mandato, o senador Aníbal Diniz (PT-AC) ocupou a tribuna do Senado, nesta terça-feira (15), para pedir aos colegas apoio ao seu projeto (PLS 132/2014) que destina uma das três vagas de cada ente da Federação para mulheres. Segundo o senador, apesar de a legislação brasileira já prever uma cota de 30% de mulheres nas chapas eleitorais, o Brasil está entre os países com menor participação feminina no Parlamento.

Aníbal pede nova atitude dos homens para elevar participação feminina

Atualmente, dentre as 81 vagas de senadores, apenas 10 são mulheres; na na Câmara, com 513 deputados, elas são apenas 45 mulheres.  “Esses números colocam o Brasil com um percentual de participação feminina no Parlamento de apenas 8,6%. É uma média muito baixa, porque a média mundial hoje já está de 22%. O Brasil está ocupando a 158ª posição, em ranking de aproximadamente 200 países”, comparou o senador, pedindo maior participação dos parlamentares masculinos para uma participação mais equilibrada.

Para o senador Aníbal Diniz, esses números revelam ainda que há falta de prioridade para as candidaturas das mulheres nos partidos, e não desconfiança da população. Como exemplo, ele lembrou que, nas eleições de 2010, duas mulheres – Dilma Rousseff e Marina Silva – disputaram a Presidência da República e que a soma os votos que ambas receberam chegou a 67% da preferência do eleitorado brasileiro, enquanto os outros oito candidatos homens ficaram com 33%. “Não vale aquele argumento de que as pessoas não confiam em mulher na política. Confiam, sim. E a prova foi dada, com farta demonstração, nas eleições de 2010”, reafirmou.

Mas para que esse quadro de desigualdade mude, exortou o senador, é preciso que os homens sejam mais flexíveis e tenham “uma atitude de renúncia” a favor das mulheres.  “Se dependermos apenas das mulheres, não vamos ter mudança, porque elas são minoria”, disse.

O petista ainda citou o Acre como um dos primeiros estados a adotar uma posição afirmativa no sentido de ampliar a representação feminina. Como exemplo, disse que a atual deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) disputará a cadeira hoje por ele ocupada.

“As mulheres conseguiram postos importantes em todos os espaços, nas carreiras de Estado, onde o critério é a competência. Nos concursos públicos, as mulheres disputam em pé de igualdade com os homens. Por que só no Parlamento há sub-representação feminina? Porque a máquina partidária no Brasil é comandada por homens. E nós temos que tomar atitudes nesse sentido”, concluiu.

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