Aníbal reclama de confisco de recursos do FPM pela Receita Federal

Senador foi ao plenário para protestar contra retenção de repasses oriundos do Fundo de Participação dos Municípios às prefeituras

 

Segundo o parlamentar, cobrança de dívidas
pelo fisco compromete atendimento à
população (Agência Senado)

O senador Aníbal Diniz (PT-AC) protestou, em discurso ao plenário, nesta quarta-feira (19), contra o que chamou de “sequestro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)” feito pela Receita Federal contra prefeituras de todo o País como cobrança de dívidas de tributos e contribuições previdenciárias. Aníbal citou a preocupação do prefeito de Rio Branco (AC), Marcos Alexandre, com a retenção automática dos repasses do FPM, possibilidade instituída desde o início da vigência da Medida Provisória nº 589, em 13 de novembro de 2012. A MP foi transformada em lei em maio do ano passado.

Aníbal alertou que esse confisco poderá comprometer a prestação de serviços públicos essenciais, além de dificultar o pagamento em dia de servidores, a manutenção de postos de saúde e o funcionamento das unidades básicas de educação infantil. O senador solicitou uma mobilização do Legislativo para mediar uma solução alternativa junto à Receita Federal. Logo após o pronunciamento, o representante do Acre compareceu a uma reunião com a cúpula da instituição, para dar início a esse esforço.

Segundo dados apresentados pelo senador, o Município de Cruzeiro do Sul (AC), deveria ter recebido, em janeiro, R$803 mil a título de primeira parcela do FPM. Com a retenção feita pela Receita, a prefeitura recebeu apenas R$332 mil, menos de 30% do que teria direito. “Imaginem como Cruzeiro do Sul conseguirá bancar suas responsabilidades em uma situação como essa”, lamentou Aníbal.

O senador destacou que essa situação está ocorrendo em praticamente todos os municípios acrianos. “Se é preciso pagar as dívidas dos encargos sociais, que a Receita Federal possa fazer um processo de renegociação dessas dívidas, para que o comprometimento dos municípios não venha colocar em risco a funcionalidade dos serviços essenciais à população”, apelou Aníbal. “É preciso haver bom senso por parte do governo federal nesse sentido”.

O senador acredita que as autoridades da Receita Federal terão sensibilidade para tratar da questão e trabalhar encontrar uma saída que possa permitir que os municípios honrem suas dívidas tributárias sem que isso signifique a impossibilidade de garantir a execução dos serviços essenciais que são cobrados todos os dias pela população.

Cyntia Campos

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