Lançado pelo ex-presidente Lula em 2009 e tido como o maior programa habitacional do mundo, após o golpe de 2016, o programa Minha Casa Minha Vida vem sofrendo com sucessivos cortes orçamentários e alterações nas regras que tem afastado as famílias mais pobres do sonho da casa própria.
Reportagem publicada em agosto pelo Uol Notícias apontava que mais de 40 mil unidades habitacionais estavam com as obras paradas, entre outras coisas, por falta de investimentos.
A faixa 1 do programa, que se compõe de famílias com renda até R$1.800 tem 40.990 construções de unidades habitacionais paralisadas por todo país, segundo a reportagem divulgou.
Neste ano, o governo federal contratou apenas cinco mil unidades habitacionais no início do ano, remanescentes de 170 mil orçadas no ano passado, que também não foram construídas.
Em novembro, membros do União dos Movimentos de Moradia (UMM) fizeram uma manifestação em São Paulo exigindo a construção de unidades habitacionais já contratadas pelo Ministério das Cidades.
“O governo Temer colocou o pé no breque, deixou a população à míngua, retirou os recursos do orçamento. E a novidade é que as faixas do programa que usam recursos do FGTS tiveram as contratações suspensas. Ao mesmo tempo o governo aumentou o limite de financiamento de imóveis pela Caixa para R$ 1,5 milhão. Falta dinheiro? Não, não falta. Tem dinheiro para os mais ricos, para quem pode financiar um apartamento desse tipo, mas não tem para quem precisa de subsídio para conseguir arcar com um financiamento habitacional”, afirmou a coordenadora da UMM, Evaniza Lopes Rodrigues, em entrevista à Rede Brasil Atual.
Ao que tudo indica, as parcelas mais carentes da população continuarão sem acesso ao direito à moradia no início do governo de Jair Bolsonaro. A previsão do orçamento para o programa em 2019 é ainda menor que a deste ano: R$ 4,5 bilhões. Em 2018, foram R$ 6 bilhões.