Aprovado relatório de Viana que isenta transporte público

Aprovado relatório de Viana que isenta transporte público

Projeto retira componente importante do custo dos transportes urbanos, todo ele de responsabilidade do Governo Federal

Segundo Jorge Viana, medida vai representar
redução de 3,65% nos custos das tarifas

As tarifas de ônibus, metrô, trens e barcas metropolitanos não terão mais incidência de PIS/Pasep e Cofins. A proposta do relator, Jorge Viana (PT-AC), foi aprovada nesta quarta-feira (21) em regime de urgência pelo Senado Federal, depois de um acordo capitaneado desde a semana passada pelo líder do Governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE). Nesta manhã, a matéria já havia sido aprovada pela Comissão de Infraestrutura (CI). A ideia é zerar as alíquotas o que, segundo Viana, vai representar uma redução de 3,65% nos custos das tarifas.

O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e, como não houve alteração no mérito da matéria – houve apenas emendas de redação – o projeto segue diretamente para sanção da presidenta Dilma Rousseff.

O projeto PLC 46/2013, do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) amplia propostas apresentadas pelo Governo na Medida Provisória 617/2013, que visa baixar os custos das tarifas do transporte público. A diferença é que no texto do Governo, não havia a previsão da isenção também para o transporte aquaviário. “Essa matéria está na agenda do cidadão, do Governo e do Congresso”, enfatizou Viana, lembrando que a tramitação do PLC em vez da MP, além de prestigiar o Congresso, “encurta o processo legislativo”.

“A questão da mobilidade urbana diz respeito à vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres, que, proporcionalmente, pagam mais para ir e vir que a maioria da população”, observou o senador. Ele apresentou dados demonstrando que os gastos médios das famílias brasileiras com transporte chegam a 3,4% da renda familiar.

De acordo com o parecer aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados, a renúncia fiscal estimada para este ano e para os dois seguintes ao da aprovação da proposta seria de R$ 1,5 bilhão.

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Dados mostram que os gastos médios das
famílias brasileiras com transporte chegam
a 3,4% da renda familiar

Em seu relatório, Viana lembrou que manter preços razoáveis para o transporte público depende diretamente e em grande parte de subsídio e incentivo dos governos. “Nos últimos doze anos, o preço da passagem de ônibus aumentou quase 200% no País. A inflação foi menor que 150%. Já o custo dos veículos aumentou 50%. Então, nós empurramos a população para andar cada um no seu carro, dificultamos a vida de quem quer fazer uso do transporte coletivo, e o que nós temos também é que o preço do óleo diesel cresceu mais de 250% de 2000 para cá, muito mais que o da gasolina, que cresceu 120%., esclareceu.

Para o senador, a garantia de um bom transporte público impacta não só na qualidade de vida das pessoas, mas na economia do País e até na preservação do meio ambiente. “Por isso o nosso apoio ao projeto, que retira componente importante do custo dos transportes urbanos, todo ele de responsabilidade do Governo Federal, já que as contribuições cujas alíquotas se reduz a zero vão integralmente para o caixa do Tesouro Federal. Assim, contribui-se para a modicidade das tarifas de transportes urbanos municipais, sem repercussão negativa sobre as já combalidas finanças dos demais entes federativos, sobretudo dos municípios, elo mais fraco da corrente que compõe o Estado brasileiro”, justificou.

Ele lembrou na maioria das grandes cidades do mundo o transporte coletivo é subsidiado. “São políticas que criam um transporte de qualidade e barato. Aqui no Brasil é o contrário: quem paga transporte coletivo é quem menos pode, é quem compra o seu tíquete para entrar num ônibus. E essa equação inviabiliza completamente o sistema de transporte no nosso País”, demonstrou.

Giselle Chassot

Veja o relatório

Conheça o PLC 46/2013

Veja o que estabelecia a MP 617/2013


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