A libertação do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, após 1.901 dias preso, é motivo de celebração entre senadores e autoridades brasileiras. Assange deixou a prisão no Reino Unido nessa segunda-feira (25/6) após chegar a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em acusações de espionagem.
O jornalista australiano se tornou conhecido pela fundação do grupo de ativistas WikiLeaks, em 2006. Ao todo, a organização vazou cerca de 700 mil documentos classificados ou secretos dos Estados Unidos, enfurecendo as autoridades estadunidenses e levando Assenge a enfrentar várias acusações.
Antes de ser preso, chegou a ficar sete anos asilado na Embaixada do Equador em Londres. Ele foi acusado de conspiração para obter informação confidencial, ao revelar milhares de documentos sobre ataques estadunidenses no Iraque e no Afeganistão.
Para o presidente Lula, a libertação deixa o mundo “um pouco melhor e menos injusto hoje”.
“Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, aponta o presidente do Brasil.
Na mesma linha, o líder do PT no Senado, Beto Faro (PA), destacou a importância da saída dele da prisão após anos de batalhas judiciais.
“Cai mais uma injustiça: Julian Assange finalmente está, livre. É uma vitória não apenas da liberdade de expressão, mas de todos aqueles que lutam por um mundo mais justo”, disse.
Nas redes sociais, os senadores do PT de Pernambuco, Humberto Costa e Teresa Leitão, também celebraram o fato como uma vitória da liberdade de expressão e de acesso à informação.
Perseguição após vazamentos
A plataforma fundada por Julian Assange surgiu como um meio onde documentos secretos pudessem ser vazados – revelando barbaridades que estarreceram o mundo.
Entre as revelações, estavam vídeos que exibiam assassinatos de civis e jornalistas, além de abusos cometidos por autoridades estadunidenses em outros países.
Um dos vídeos sigilosos liberados no WikiLeaks mostrou um ataque de helicóptero dos EUA no Iraque, em 2007, que deixou 12 mortos.
Acordo
A saída de Assange da prisão ocorre após um acordo com os Estados Unidos. Ele deve se declarar culpado, nesta quarta-feira (26/6) em um tribunal dos EUA das Ilhas Marianas do Norte de uma única acusação criminal.
Essa audiência deve sentenciar o fundador do Wikileaks a um tempo de prisão já cumprido no Reino Unido, o liberando para finalmente retornar ao país seu país de origem, a Austrália.
Já na noite de segunda a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, apontou o fim do processo contra Assange como uma vitória de todos os que se uniram “em defesa da liberdade de informação e contra uma perseguição descabida e injusta”.
Com informações do WikiLeaks e agências