Em pronunciamento ao plenário, Paim lamenta perseguições religiosas e massacre de civisO respeito aos direitos humanos em qualquer país atinge a todos os cidadãos do planeta. A causa, que move o senador Paulo Paim (PT-RS) é a liberdade. Nessa sexta-feira (15), em pronunciamento no plenário do Senado, o parlamentar gaúcho lamentou que ainda haja, no mundo, prisões e perseguições a indivíduos, comunidades e grupos éticos simplesmente porque professam crenças diferentes da dos governos majoritários. Ou porque defendem o livre pensamento em países que impõem um modo de pensar. Ou porque defendem a liberdade, que em muitas culturas é considerada perigosa.
Paim pediu a libertação para todos os presos por crime de pensamento. Como os sete integrantes da comunidade Bahreinn presos no Irã. O senador, que preside a Comissão de Direitos Humanos, considera que atentados e violações a esses direitos afetam a todos no mundo. Impedidos de frequentar universidades e aprisionados, esses cidadãos cometeram o crime de professar sua visão de mundo e de religião, diferente da pregada pelo governo de plantão.
“É como se aqui no Brasil nós achássemos que a oposição não tem o direito de fazer o bom combate como o fazem. Podemos ter uma posição diferenciada, mas tem de haver respeito àqueles que pensam diferente”, definiu o senador.
Anistia Internacional
Ele também falou sobre o relatório da Anistia Internacional, que trata da violação de direitos ao redor do mundo. São violações de direito que vão da falta de liberdade de expressão à violência policial, do aprisionamento arbitrário e tortura, da discriminação ética religiosa à discriminação de gênero, a um massacre de civis de zona de conflito e à discriminação também pela cor da pele.
Também trata de massacres contra populações civis em zonas de conflito. “O conflito da Síria, por exemplo, ceifou mais de 200 mil vidas nos últimos quatro anos”, comentou, citando também os mais de 2 mil palestinos mortos nos ataques na Faixa de Gaza. E os 4 mil mortos na Ucrânia no ano passado. “A população civil, nessas e em outras zonas de conflito ao redor do mundo, encontra-se indefesa, tornando-se alvo fácil da ação covarde de forças combatentes de todos os lados”, denunciou.
O êxodo de refugiados de países em guerra ou assolados pela fome e o descaso das grandes potências também precisa de atenção da comunidade mundial. “A comunidade internacional é pródiga em fazer declarações contra a barbárie cometida em zonas de conflito, porém econômica em realizar ações que possam resolver esse problema. Não se trata apenas de acolher os refugiados, mas de evitar os conflitos que desalojam milhões e milhões de seres humanos”, pediu.
Voltando ao Brasil, o senador gaúcho citou dados referentes à violência e sobre as condições dos presídios brasileiros. “Uma nossa luta aqui é para diminuir a violência em todo o sentido, contra os civis e contra os policiais”, afirmou, lembrando que a ninguém é permitido fazer justiça com as próprias mãos.
Sobre os presídios, lembrou a superlotação, a insalubridade e a falta de condições efetivas para que os detentos se recuperem. No final, insistiu que as violações de Direitos Humanos, no Brasil, precisam de fato se tornar exceção.
“Nas condições de Presidente da Comissão de Direitos Humanos não pouparemos esforços para que possamos construir um país em que direitos humanos sejam respeitados e garantindo assim uma vida melhor para todos”, concluiu.
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