Entrevista

Augusta Brito promete combater aumento da violência política

Em entrevista ao jornal PT Brasil, a senadora destacou as prioridades de seu mandato. “Estou com muita vontade de trabalhar, determinada a ajudar no projeto do presidente Lula”, disse
Augusta Brito promete combater aumento da violência política

Foto: Alessandro Dantas

Em entrevista concedida ao jornal PT Brasil, nesta quinta-feira (16), a senadora Augusta Brito (PT-CE) destacou quais serão as prioridades de seu mandato. Além da defesa da democracia e dos projetos propostos pelo governo Lula, Augusta focará o mandato na ampliação da visibilidade e da representatividade das mulheres na vida pública e no combate à violência política que impacta, de maneira significativa, as mulheres.

Enfermeira de formação, a senadora Augusta Brito já foi prefeita por dois mandatos de sua cidade natal, Graça (CE), e deputada estadual também por dois mandatos. Um dos destaques da sua atuação foi a criação e o fortalecimento da Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Ceará.

Na entrevista, a senadora destacou a importância da ampliação da representatividade feminina na política brasileira, em especial, no Congresso Nacional. Mas lamenta que o número de mulheres na política ainda seja insuficiente.

“Ainda não chegamos a 30% [de mulheres no parlamento], mas temos avançado de forma positiva. No Ceará, por exemplo, saímos de cinco para nove deputadas num universo de 46. Ainda está longe do que queremos e do que seria ideal. Mas, acredito que no Senado, por haver uma bancada feminina, uma liderança dessa bancada, nós possamos avanças nos debates de nosso interesse”, disse.

A senadora espera ajudar no avanço, por exemplo, da discussão acerca da representatividade feminina dentro do Congresso Nacional. “No Senado, nenhuma mulher esteve na composição da nova Mesa Diretora. Estamos estudando o desarquivamento de uma proposta que garanta a presença de, ao menos, uma mulher [entre os membro da Mesa]”, apontou.

Violência Política

Na avaliação da senadora, a violência política direcionada às mulheres, que surge muitas vezes de forma silenciosa, é decorrente do machismo estrutural.

“O machismo construiu a ideia de que o lugar da mulher não é na vida pública. De certa forma, essa ideia persegue as mulheres até hoje e faz com que não estejamos no debate público com toda segurança que o homem tem o privilégio de ter”, disse. “A mulher precisa estar sempre provando ser capaz de ocupar tais espaços da vida política. E esse tipo de violência, que muitas vezes não é tão aparente, vai passando despercebido”, completou.

Um exemplo recente de violência política, citada na entrevista, foi a da cassação do mandato da vereadora Maria Tereza Capra (PT-SC) em decorrência de denúncia feita após gesto nazista praticado por apoiadores do ex-presidente, em São Miguel do Oeste (SC). A vereadora chegou a ser ameaçada de morte em mensagem enviada por e-mail.

“Eu fiquei questionando o que pode ser feito dentro do Senado para que a gente possa ajudar essa mulher a retomar seu mandato e viver livremente. Esse caso é simbólico de muitos outros que acontecem pelo Brasil com a prática de violência política contra vereadoras, prefeitas, vice-prefeitas simplesmente por serem mulheres”, enfatizou.

Recentemente, a ex-senadora Ideli Salvatti destacou estudo para criação de um observatório da violência política com atuação interministerial e que ficará responsável pela devida apuração dos casos desse tipo de violência.

Atuação no Senado
A senadora mostrou empolgação com a possibilidade de contribuir com a defesa da democracia brasileira e no debate de propostas do governo Lula para a reconstrução do Brasil.

“Estou junto com a bancada do PT no Senado, que é muito participativa. Estão sendo discutidos os espaços dentro das comissões e faço questão de participar. Estou com muita vontade de trabalhar, determinada a ajudar no projeto do presidente Lula”, disse.

Umas das propostas de autoria da senadora Augusta propõe o apoio do Estado aos órfãos do feminicídio. Segundo ela, muitas das vezes, o assassinato da mãe da criança acaba com a morte do autor do crime – não raro, o companheiro da vítima e pai do filho ou filha, que vê sua família ser dizimada.

“Essa pauta exige muita sensibilidade. O que o Estado faz sobre essas crianças? Queremos trabalhar com muita força. O Brasil terá uma senadora determinada a fazer o bem”, destacou. “Estarei lá [no Senado] para lutar, não só pela ocupação de espaços, mas para que possamos construir com o presidente Lula, projetos que farão a diferença na vida das pessoas”, concluiu Augusta.

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