Pesquisa do IBGE

Aumento da informalidade é retrato da falência da economia

Refletindo a falta de perspectiva da economia, o setor privado cortou 180 mil vagas com carteira entre junho e agosto
Aumento da informalidade é retrato da falência da economia

Foto: Agência Brasil

O número de trabalhadores na informalidade chegou a 38,8 milhões – 41,4% da população ocupada – recorde da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012. Os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (27), traduzem pesquisa do último trimestre. O desemprego, segundo o instituto, ficou em 11,8% afetando 12,5 milhões de pessoas.

“Informalidade bate recorde: quase 40 milhões de pessoas sem carteira assinada e nenhum direito social e trabalhista. Isso representa 41,4% da população empregada no país. E ainda querem aprovar reforma da Previdência que vai reduzir o valor das aposentadorias e pensões”,  denunciou o senador Paulo Paim (PT-RS) comentando os dados divulgados pelo IBGE.  “O País tem que construir, oportunizar. Não pode continuar nessa linha em que o desemprego está aumentando, e também diminuindo direitos sociais e trabalhistas”, cobrou ele.

O resultado mostra que a falsa solução do bolsonarismo para a geração de empregos apenas mascara a profundidade da crise econômica. “A informalidade cresce porque não há geração de postos com carteira. Mesmo as atividades que costumam gerar vagas com carteira, como indústria, não têm contratado de maneira formal”, disse Adriana Beringuy, analista do IBGE, durante entrevista coletiva para apresentar os resultados do mercado de trabalho de agosto, segundo o Valor Econômico.

Refletindo a falta de perspectiva da economia, o setor privado cortou 180 mil vagas com carteira no trimestre móvel até agosto. De acordo com o IGBE são mais 411 mil empregados sem carteira assinada, 101 mil trabalhadores domésticos sem carteira, outros 110 mil por conta própria sem CNPJ e 33 mil trabalhadores familiares (pessoas que ajudam outros membros da família, sem salário). A aposta oficial de aumentar o corte de investimentos públicos resultará em índices futuros ainda mais desastrosos.

O registro de 4,712 milhões de “desalentados” no trimestre móvel de junho a agosto agrava ainda mais o quadro da tragédia social no país. Segundo o IBGE, “desalentado” é quem não está empregado nem tomou providências para conseguir emprego – mas que aceitaria uma vaga se alguém oferecesse. Segundo a pesquisa, são pessoas de 14 anos ou mais que desistem de procurar vaga por acreditar que “não vão conseguir”, “não têm experiência” ou se consideram “jovem ou idosa demais”.

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