Paim criticou a ausência de representantes da Casa Civil e do Ministério do PlanejamentoRepresentantes da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) protestaram nesta segunda-feira (17), em audiência na Comissão de Direitos Humanos, contra o aumento “abusivo” das contribuições cobradas pela Geap Autogestão em Saúde, a operadora de plano de saúde mais comum entre os servidores públicos federais. A audiência foi presidida pelo senador Paulo Paim (PT/RS).
Além dos aumentos abusivos das contribuições dos trabalhadores, representantes da Fenasps criticaram a ingerência e a indicação política de pessoas incapacitadas para assumirem cargos dentro da operadora de planos de saúde. De acordo com Cleuza Maria Faustino, diretora da Fenasp, o governo vem demitindo todos os gerentes regionais da empresa para empregar apadrinhados políticos.
“A Geap acabou com o controle social nos estados. Nós tínhamos conselhos regionais que contribuíam para levar as reivindicações dos assistidos até a empresa. O controle social é melhor forma de a Geap chegar mais perto dos seus assistidos”, explicou.
Ana Luisa Dal Lago, diretora da Fenasps, afirmou que os trabalhadores não podem permitir que a Geap faça novo reajuste e que expulse de dentro do plano o restante dos contribuintes. Ana Luisa afirmou que, se não houvesse corrupção e desvio de verba dentro da instituição, não seria necessário um reajuste tão alto como o que foi feito em 2016.
Autor do requerimento para a audiência, o senador Paulo Paim criticou a ausência de representantes da Casa Civil e do Ministério do Planejamento.
“Vocês têm de convir também. Isso eu acho importante. Eles vêm para um espaço que para eles é adverso. E vem e colocam o seu ponto de vista. O pior é aquele que não vêm. Se escondem, fogem do debate. Falam de uma reunião? Ah, não! Reunião não dá, não dá, não dá”, rebateu.
Reajuste
Representando a Geap, Adilson Moraes da Costa, afirmou que a instituição luta diariamente para oferecer o menor reajuste de preço. Adilson explicou que a entidade não tem fins lucrativos e o que arrecada é para pagar os custos assistenciais. Segundo ele, no ano de 2016, os beneficiários tiveram que arcar com um reajuste maior da contribuição em função da própria inflação dos custos médicos.
A diretora de controle de qualidade da Geap, Luciana Rodriguez de Carvalho, afirmou que houve um aumento expressivo no valor das multas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ressaltou que 49% da carteira de beneficiários é composta por pessoas na faixa etária acima de 59 anos, o que acaba ocasionando um custo maior.
Já Paula Avila, assessora jurídica da Fenasps, afirmou que utilizar o argumento das ações judiciais para justificar os aumentos abusivos no bolso do contribuinte é colocar a culpa na vítima.
“Se existem ações judiciais é porque existem vítimas. Pessoas que trabalharam uma vida contribuindo para um plano de saúde, não conseguem migrar para outro e não têm alternativa a não ser se manter, às duras penas, nesse plano”, afirmou.
Agência Senado/Assessoria
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