O canto escolhido pela militância presente na Vigília Lula Livre na tarde desta quinta (26) foi providencial: “Internacionalizamos a luta. Internacionalizamos a esperança”. O grito saiu logo após Lula receber a visita de mais um nome de peso do Judiciário mundial: desta vez, quem veio ao Brasil prestar solidariedade ao ex-presidente foi Baltasar Garzón, ex-juiz espanhol que decretou a prisão do ditador Augusto Pinochet.
O jurista, que estava acompanhado dos ex-ministros Tarso Genro e Paulo Vanucchi, diz ter acompanhado todo o processo que resultou numa das mais vergonhosas condenações já decretadas pela Justiça brasileira. Mas não só: para ele, é ainda mais absurdo o fato de o ex-presidente ainda estar em cárcere político após tantas denúncias de irregularidades no processo articulado por Sérgio Moro em conluio com procuradores da Lava Jato.
“A principal crítica sobre a condenação é a falta de garantias jurídicas que em todo processo são fundamentais. No caso de Lula não há prova direta nem indireta. Espero e apelo ao poder judicial brasileiro que estudem com profundidade o caso. Há que se respeitar estas normas”, reitera.
Sobre a crescente mobilização internacional contra a perseguição política e pela libertação imediata de Lula, Garzón garante: “Internacionalmente estamos divulgando a plataforma de apoio a Lula. Vamos seguir denunciando esta situação. O estado de direito se mede pela imparcialidade e independência da Justiça. É a única forma de termos segurança jurídica. Creio e afirmo que antes do que todos imaginam tudo será provado”.
Para Tarso Genro, manter Lula preso sem prova alguma coloca a própria Justiça em risco, “sob pena de assassinar o direito no Brasil de maneira definitiva”. O ex-ministro aproveitou para reafirmar de onde vem a força do ex-presidente para seguir na luta para provar a sua inocência.