nova ameaça

Bancada reage ao negacionismo diante da variante Ômicron

Senadores demonstram indignação com postura do governo federal, que insiste em criticar medidas de proteção
Bancada reage ao negacionismo diante da variante Ômicron

Foto: site do PT

A postura do governo federal diante da variante Ômicron do novo coronavírus causou indignação aos senadores do Partido dos Trabalhadores. Não bastassem as 614 mil mortes por Covid-19 no país, número cinco vezes maior que a média mundial, o presidente negacionista Bolsonaro já se manifestou contra medidas de isolamento e de proteção, como a exigência do “passaporte da vacina” para quem chega do exterior.

Alessandro Dantas

“É inaceitável”, reagiu o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “A maior parte dos países solicita cartão de vacinas e testes feitos com antecedência para estrangeiros. Isso é uma forma de proteger a vida de seu povo, é sagrado! Proteção e respeito que o Bolsonaro nega aos brasileiros”, afirmou.

Na sexta (26), a Organização Mundial da Saúde A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a Ômicron como uma “variante de preocupação” pelo alto grau de transmissão.

Rogério anunciou que apresentará um projeto de lei para exigir a apresentação do cartão de vacinação de estrangeiros que visitarem o Brasil. Ele rendeu apoio à recomendação divulgada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), também na sexta-feira, de restringir entrada no país de pessoas que tenham visitado, nas últimas duas semanas, África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, focos da Ômicron.

A medida foi, no entanto, criticada pelo presidente da República, que pretende ignorar a recomendação. “Bolsonaro precisa respeitar os brasileiros. Nós do Congresso Nacional, vamos proteger a vida! Vamos seguir a orientação da Anvisa”, afirmou Rogério.

Foto: Alessandro Dantas

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), “mesmo após 614 mil mortos, grande parte devido à falta de políticas de prevenção que deveriam ter sido adotadas por seu governo, Jair Bolsonaro insiste trabalhar a favor da Covid-19”.

“Enquanto o planeta não pensar numa solução coletiva, para todos, países ricos e pobres, estaremos sempre alertas às novas mutações. Essas, com estratégia e pesquisa, a ciência pode combater. O problema é que ainda não inventaram vacina para a ignorância e o negacionismo”, lamentou.

Agência Senado

O senador Paulo Paim (PT-RS) defendeu a exigência de cartão de vacinação de visitantes e criticou a discriminação contra a população africana, para quem a vacinação ainda é incipiente, o que contribuiu para o surgimento a nova cepa do vírus.

“Todos os continentes registram casos da variante Ômicron. O mundo precisa de bilhões de doses de vacinas. Apenas 10% dos africanos foram imunizados, o que é uma discriminação. Os laboratórios farmacêuticos e os países ricos precisam entender que as questões econômicas não podem estar acima do direito à vida. Todos têm direito a serem vacinados”, afirmou Paim.

Quebra de patentes

O senador lembrou ainda que a derrubada do veto 48 na sessão do Congresso prevista para esta semana vai possibilitar a fabricação de vacinas em grande escala e a preços menores. O projeto vetado por Bolsonaro prevê a quebra de patentes das vacinas contra a Covid-19 para que a produção possa chegar aos países mais pobres. “Os laboratórios farmacêuticos e os países ricos precisam entender que as questões econômicas não podem estar acima do direito à vida”, justificou.

Pelo mesmo motivo, o presidente Lula se tornou um dos signatários da iniciativa do Yunus Centre, do Nobel de Economia Muhammad Yunus, para que a vacina contra o coronavírus seja um bem comum global, distribuída gratuitamente para todos os seres humanos.

O abaixo-assinado foi lançado neste domingo (28) por 105 personalidades globais, entre ex-chefes de Estado, prêmios Nobel, empresários, líderes religiosos e ativistas como Malala Yousafzai, Bono Vox, Anne Hidalgo, Adolfo Pérez Esquivel, Mikhail Gorbachev, Mary Robinson, George Clooney, Desmond Tutu, Mo Ibrahim, Matt Damon, Leymah Gbowee, Romano Prodi, Vicente Fox e Samuel Khan, entre outros.

“O mundo não pode tratar as vacinas contra a Covid-19 como mercadoria ou privilégio de alguns. Elas são um direito universal e um requisito obrigatório se quisermos superar a pandemia e eliminarmos o risco de novas variantes”, afirmou Lula.

(Com informações da Agência PT de Notícias)

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