Gleisi: “O governador tucano Beto Richa, que tanto prega a responsabilidade fiscal, perdeu completamente o controle da situação fiscal”O modelo de desmonte tucano pode ser conhecido pela situação pré-falimentar e pelo verdadeiro caos em que se encontram as finanças do estado do Paraná, governado por Beto Richa (PSDB). “Muito antes do início da campanha eleitoral de 2014 já vinha manifestando minha preocupação com a situação econômica e financeira do estado, sobretudo com o modelo de gestão adotado nos últimos quatro anos”, afirmou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em pronunciamento ao plenário nesta terça-feira (4).
A mais recente decisão do governador foi importar de São Paulo – a preço elevadíssimo –, uma espécie de interventor, com carta branca para achatar os salários dos servidores. Gleisi aponta que a estratégia de Richa é reconduzir o Paraná à posição de Quinta Comarca — status do território paranaense até 1853, quando era anexado à província de São Paulo. O interventor é o ex-secretário de Fazenda de São Paulo, Mauro Ricardo, conhecido por levar à ruína contas estaduais, municipais e de empresas públicas por onde passou.
No final do ano passado, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Gleisi Hoffmann defendeu a concessão de dois empréstimos do Tesouro Nacional para o estado, mas o marketing político a serviço de Beto Richa desvirtuou a informação ao inventar que a senadora estaria boicotando o estado. Nada mais mentiroso, porque seja como ministra da Casa Civil da Presidência da República, seja no exercício de seu mandato de senadora, sempre alertou para os perigos da desastrada gestão tucana no Paraná, enquanto o Governo Federal fez todos os esforços para manter ativos programas e projetos destinados à melhoria da vida da população.
“Hoje ficou claro que o problema do estado não seria resolvido com os tais empréstimos e a gestão do estado já afrontava a Lei de Responsabilidade Fiscal. O governador tucano Beto Richa, que tanto prega a responsabilidade fiscal, perdeu completamente o controle da situação fiscal. A dívida de curto prazo, referente às contas atrasadas com fornecedoras de produtos e serviços, ultrapassa R$ 1,5 bilhão. Milhares de pequenos empreendedores que vendem ao estado não estão sendo pagos”, afirmou.
Policias e bombeiros
A obra mais recente de Beto Richa foi deslocar para as praias na Operação Verão milhares de policiais e bombeiros e não pagar as diárias devidas. Milhares de professores contratados em regime temporário não veem a cor dos salários nos últimos meses. Beto Richa deu calote, ainda, ao não pagar o terço das férias que é um direito dos servidores.
“Esse quadro de total desacerto, de verdadeiro caos, não é surpresa para o governador Beto Richa, porque desde 2013 os técnicos alertavam que as finanças iam mal e apresentavam diagnóstico dos problemas apontados, mas eles foram ignorados”, apontou Gleisi. A mais recente maldade de Richa é jogar para a população a conta de sua péssima gestão, traduzida pelo aumento da alíquota do ICMS e do IPVA, mas essas iniciativas foram brecadas na Assembleia Legislativa.
Outro exemplo dado por Richa diz respeito a uma espécie de interventor do estado, que chamou de São Paulo o desastrado ex-secretário de Fazenda de Geraldo Alckmin. Mauro Ricardo, com poderes de um interventor, tende a afundar mais um pouco o Paraná, a começar pelo alto salário cobrado para assumir a área a convite de Richa. Mauro Ricardo vai receber salário de R$ 29 mil e mais R$ 20 mil por participar de conselhos de administração, enquanto sua missão principal será a de achatar os salários, os ganhos e as conquistas trabalhistas dos servidores públicos. Para Gleisi Hoffmann, o caos financeiro e orçamentário do Paraná traduz a gestão tucana irresponsável. “Desse jeito, o estado poderá descambar para a perda de sua autonomia política, com o interventor vindo de São Paulo, querendo tratar novamente o Paraná como a Quinta Comarca”, enfatizou.
Marcello Antunes