O governo Bolsonaro passou a segunda-feira (6) dando sinais trocados sobre a possibilidade de demissão do atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para colocar em seu lugar o deputado federal Osmar Terra, terraplanista e crítico da ação de confinamento em massa defendido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medida mais eficaz de combate a disseminação do novo coronavírus (COVID-19).
Bolsonaro chegou a afirmar no último domingo que usaria sua caneta com aqueles ministros que se tornaram estrelas, em clara referência ao ministro da Saúde.
“Sofremos com a subnotificação de casos de coronavírus, falta de Equipamentos para os profissionais de saúde, testes e até mesmo máscaras. O número de mortes é cada vez maior, e o assunto que o senhor quer falar é sobre Mandetta e Moro? Faça-me o favor”, criticou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE).
O senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou que a possibilidade aventada pelo governo de trocar o ministro da Saúde em meio a pandemia pode afundar o Brasil numa crise sem precedentes.
“Bolsonaro conspirando a demissão de Mandetta para colocar em seu lugar um terraplanista que defende o fim do isolamento. Jair quer afundar o Brasil e nos levar com ele. Governar um país não é brincadeira de criança”, enfatizou.
Já o senador Jean Paul Prates (PT-RN) criticou o fato de Bolsonaro preferir criar confusões ao invés de gerir o País num período crítico da história da humanidade. Jean Paul lamentou as atitudes irresponsáveis tomadas por Bolsonaro que colocam em risco a vida de milhões de brasileiros.
“Um governo que não governa, que prefere criar confusões nas redes sociais a administrar o País de verdade. Entramos na quarta semana das medidas restritivas para combater o coronavírus e como o presidente Bolsonaro resolve colaborar? Já passou da hora do presidente começar a se preocupar com a realidade”, disse.
Se a decisão fosse pela demissão de Bolsonaro, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE), haveria a concordância de que essa seria a melhor decisão para proteger o futuro do Brasil.
“A demissão de Mandetta foi contestada por todos. Neste momento, panelaços em vários lugares do Brasil. Esse é o medo de Bolsonaro. Se o rumor fosse da saída do próprio Bolsonaro, o discurso seria de que é de fato o melhor a se fazer pelo Brasil. Bolsonaro acabou, e sabe disso”, enfatizou.