Para quem tinha alguma dúvida do que representa a manutenção de Bolsonaro à frente da Presidência da República e os danos que seu discurso golpista causa na economia do Brasil, a resposta veio de forma clara um dia após as manifestações antidemocráticas promovidas pelo governo e seus apoiadores no feriado da Independência.
O Índice Ibovespa chegou ao seu ponto mais baixo ao longo dos últimos 30 dias após os discursos de Bolsonaro no 7 de setembro. A queda ocorreu logo após a abertura da Bolsa de Valores na manhã de ontem: das 10h às 12h, o índice caiu de 117.866,14 para 114.637,90 pontos. Ao final do dia, a Bolsa fechou o pregão em queda de 3,8%. O preço do dólar também apresentou alteração: ao longo do mesmo período, seu preço subiu de R$5,220 para R$5,282. Mas a moeda encerrou o dia com alta de 2,89% a R$ 5,32.
Além disso, analistas ouvidos por diversos veículos de imprensa durante o dia de ontem afirmaram que o tom de insurreição do presidente contra a democracia ameaça turbinar ainda mais ritmo de inflação e juros, oferecendo dose adicional de freios ao crescimento do Brasil. Nesta quinta-feira (9), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, ficou em 0,87% em agosto. Essa é a maior taxa para o mês desde o ano 2000.
“Bolsonaro continua promovendo o caos e o estrangulamento da nossa economia. Tudo piora: desemprego, inflação, desigualdade social. E, depois dos atos golpistas de 7 de setembro, ele ainda comanda um movimento de caminhoneiros. Bolsonaro é a destruição”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE), referindo-se às manifestações de caminhoneiros bolsonaristas que promovem paralisações em diversas rodovias federais e colaboram com a piora da situação econômica brasileira.
O comportamento de Bolsonaro e de seus apoiadores tem afetado as expectativas de investidores e consumidores sobre o cenário econômico do país. E as ameaças constantes de ruptura democrática não contribuem, em nada, para tirar o Brasil da crise na qual o atual governo parece cada vez mais determinado a aprofundar com as constantes ameaças golpistas.