Os senadores da bancada do PT criticaram mais um ataque misógino promovido por Jair Bolsonaro contra a jornalista Amanda Klein durante sabatina promovida pela rádio bolsonarista Jovem Pan.
Acostumado a ser tratado na base da camaradagem pelos contratados da emissora, Bolsonaro mais uma vez mostrou seu desprezo pelas mulheres ao ser questionado sobre a má explicada compra de 107 imóveis por parte dele e de familiares, ao menos 51 deles comprados em dinheiro vivo.
Amanda lembrou que o escândalo, revelado pelo UOL, surge no contexto de investigação da prática da rachadinha, ou peculato, nos gabinetes de Flávio Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, filhos de Jair.
Ao ser questionado por Amanda, Bolsonaro colocou a vida particular da jornalista em pauta para fugir do assunto. Após afirmar que o marido da jornalista, o empresário Paulo Ribeiro de Barros, era seu eleitor, Bolsonaro seguiu.
“Não sei como é que é seu convívio na sua casa com ele”, disse. “Você quer me rotular de corrupto, Amanda? Se a Folha [de S. Paulo] faz essa investigação sem pé nem cabeça para me atingir, me perseguem há mais de quatro anos, agora você, da Jovem Pan, vai querer endossar a Folha”, questionou Bolsonaro, acostumado a não ser questionado pela emissora amiga.
“Bolsonaro não quer que ninguém fale sobre a compra de 51 imóveis com dinheiro vivo. Na Jovem Pan, ao ser questionado sobre o tema se desesperou e, mais uma vez, usou sua máquina do ódio para atacar uma mulher”, criticou o senador Humberto Costa (PT-PE).
Já o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), destacou a exasperação de Bolsonaro para tentar esconder o tema da compra de dezenas de casas com dinheiro vivo.
“Não vamos divulgar a compra de imóveis com dinheiro vivo pelo presidente, que agora está desesperado atrás de narrativas”, ironizou o senador.
Os ataques de Bolsonaro às mulheres
Recentemente, Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, durante debate realizado nos estúdios da TV Bandeirantes, em São Paulo. Na oportunidade ao ser confrontado sobre a demora para compra de vacinas contra a Covid-19, Bolsonaro afirmou que a jornalista dormiria pensando nele. “Você tem alguma paixão em mim”, disse de forma desrespeitosa.
Em junho, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a condenação de Bolsonaro por ofender a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Em fevereiro de 2020, ele disse a apoiadores que a jornalista “queria dar o furo a qualquer preço contra mim”.
Em junho do ano passado, durante a inauguração do Centro de Tecnologia 4.0, em Sorocaba, no interior de São Paulo, Bolsonaro gritou com uma repórter da CNN. Na ocasião, ele disse que a imprensa faz “perguntas idiotas” e “ridículas”, e disse à jornalista para “voltar ao jardim de infância”.
O episódio aconteceu uma semana após ter ofendido uma jornalista da Rede Globo. Ao ser questionado por uma jornalista da TV Vanguarda, filiada da Rede Globo. Na ocasião, ele chamou a imprensa de canalha e mandou a profissional calar a boca.
Com informações de agências de notícias